Rio de Janeiro (RJ) – “O Espírito Santo vive em cada um de nós. Ele nos conduz, Ele mostra a vontade de Deus, Ele nos encoraja a vivermos o momento presente e futuro. Aproveitemos mais e melhor os seus dons!” Foi esta a mensagem central do pregador Frei Robson Guimarães e presidente da Celebração Eucarística deste domingo, 9 de junho, solenidade de Pentecostes, no Convento Santo Antônio do Largo da Carioca. Ter a coragem de viver também foi o tema da Trezena de Santo Antônio no décimo dia.
A Missa solene teve como concelebrantes os frades do Convento: Frei Anselmo Fracasso, Frei Carlos Branco, Frei Guido Scottini, Frei Odécio Lima e o guardião Frei José Pereira. No serviço do altar e da sacristia, Frei Leonardo Pinto.
Esse tema, segundo Frei Robson, possibilita a oportunidade de vislumbrar, mesmo que brevemente, a vida de Santo Antônio, como por exemplo a sua “coragem em acolher” e “viver com coragem” o dom da sua vocação religiosa e sacerdotal. De família rica e abastada de Lisboa, o jovem Fernando de Bulhões abandona o conforto do lar e a convivência com seus pais para viver o seu chamado, primeiro com os frades agostinianos e depois com os filhos de São Francisco de Assis, destacando-se como um dos maiores pregadores da Igreja.
Questionando os fiéis devotos de Santo Antônio, o pregador perguntou: A solenidade de hoje nos inspira a termos a coragem de vivermos a vontade de Deus como Santo Antônio teve? A coragem que, também faltava aos discípulos depois da morte de Jesus, já é outra quando Jesus ressuscitado, colocando-se no meio deles, ofereceu-lhes a paz e soprou sobre eles – e lhes ofereceu dois dons: a paz e o Espírito Santo. A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio. Soprou sobre eles e disse-lhes: recebei o Espírito Santo.
“Tudo mudou a partir deste sopro que lhes deu a coragem para viverem o Evangelho. Não mais uma multidão, mas apenas os apóstolos; não mais a forte ventania vinda do céu, mas o suave sopro de Jesus. A ventania descida do céu cedeu lugar ao sopro daquele que desceu do céu para ser a vida do mundo: Jesus ressuscitado”, lembrou Frei Robson.
Segundo o pregador, este sopro é símbolo do início de uma nova criação. “Por que nova? Ora o Espírito Santo foi enviado pelo Pai e o Filho para renovar a face da terra, para santificar os homens! Se a primeira criação (céu, terra e o homem) foi arrematada pelo sopro de Deus, esta nova criação foi iniciada com a comunicação do Espírito Santo, através do sopro de Jesus sobre os apóstolos e a Igreja que ali nascia. Sim, a Igreja que ali nasceu foi se expandindo até aos nossos dias… E se expandirá até o fim dos tempos anunciando com coragem a vivência da mensagem do Ressuscitado, para justamente renovar a face da terra com sua mensagem de santificação, de salvação”, animou o frade.
Frei Robson, então, chamou a atenção para os três sopros da Trindade:
- Primeiramente Deus que, após criar céu e terra, insuflou um hálito de vida nas narinas do homem, para que se tornasse um ser vivente. Interessante, na história bíblica, o homem teve origem no delicado e amoroso sopro de Deus.
- Depois, o sopro de Jesus sobre os apóstolos, comunicando-lhes o Espírito Santo, para que eles iniciassem com a Igreja uma nova criação, renovassem a face da terra com a mensagem do Ressuscitado.
- O Espírito Santo também sopra e sopra onde Ele quer. Ele sopra em cada Santa Missa diante do nosso olhar, quando o sacerdote estende as mãos sobre as oferendas para serem santificadas pelo Espírito, a fim de que o pão se torne Corpo e vinho se torne Sangue – Corpo e Sangue de Jesus Cristo…
“Nem sempre nos damos conta desta presença sutil, delicada e eficiente do Espírito Santo nas oferendas, transubstanciando o pão no Corpo e o vinho no Sangue do Filho de Deus. E que sopro! O sopro para tornar a Eucaristia possível, e assim permanecer o Cristo no centro da Igreja, Cristo alimentando a vida da nossa alma, alimentando-nos com o seu divino Corpo e o seu precioso Sangue”, observou.
Já concluindo, exortou a todos para que cuidemos bem deste hóspede da nossa alma, o Espírito Santo. Ele vive em cada um de nós! Ele foi soprado e colocado em nossas almas no dia do nosso batismo.
“Neste dia, recebemos o Espírito Santo com seus sete dons: dons aumentados, fortificados, robustecidos, plenificados na nossa Confirmação! O Espírito não apenas habita em nós. Ele nos conduz, Ele mostra a vontade de Deus. Ele nos encoraja a vivermos o momento presente e futuro, aproveitemos mais e melhor os seus dons! No nosso tempo, tempo de incertezas e inquietações, temos cada vez mais necessidade de descobrir o sentido da nossa existência. Afinal, o que tem valor na vida? Por que e para que vivemos e estamos neste mundo? Como temos necessidade de ficarmos mais, diante de Deus, para vislumbrarmos respostas às estas indagações, para encontrarmos forças e seguirmos confiantes em meio as inevitáveis inquietações da existência, o Espírito Santo ajuda muito neste exercício!”, indicou o frade.
“Fiquemos com São Paulo apóstolo e com Santo Antônio. Eles nos falam dos frutos do Espírito e pedem que vivamos, não segundo a carne, mas segundo o Espírito! Quem sabe, a partir deste Pentecostes, alimentarmo-nos mais destes frutos: amor, coragem de viver o seguimento de Cristo, alegria, paz, longanimidade, bondade, fidelidade, autodomínio, mansidão, coragem de viver a vocação que Deus nos concedeu! Certamente, nossa vida ganhará mais oração, mais sentido, melhor direção”, concluiu pedindo: Enviai, Senhor, o vosso Espírito e renovai a face da terra!
Depois da comunhão, o Círio Pascal foi apagado, encerrando o Tempo Pascal na liturgia. Agora, retorna o Tempo Comum até a chegada do Advento no final de novembro.
DOM ORANI CELEBRA NO CONVENTO
Nesta segunda-feira, 10 de junho, a Trezena chega ao 11º dia. O Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, presidirá a Missa da Trezena de Santo Antônio neste Convento, no Largo da Carioca, às 18 horas, tendo como tema “Santo Antônio e Maria, Mãe da Igreja”.
A 337ª Trezena de Santo Antônio é celebrada nas Missas das 12 e 18 horas de segunda a sexta-feira e às 10 horas, aos sábados e domingos.
Moacir Beggo