Não chegou aos 40 anos de vida terrena. Frei Antônio (nome de batismo: Fernando) estudou por 14 anos na escola da catedral de Lisboa. Aos 15 anos, entrou no seminário de São Vicente de Foras, dos Cônegos Regulares de Santo Antônio. Ordenado sacerdote aos 25 anos, dedicou-se, junto com o estudo de teologia, a uma busca apaixonada de Deus e de seu Reino e de como melhor poder servi-lo.
Conheceu cinco frades franciscanos que partiam missionários para Marrocos, África. Tornou-se frade franciscano – agora com o nome de Antônio – para anunciar o Evangelho aos pagãos mesmo com o risco da própria vida. Teve que renunciar, por motivo de saúde, ao seu ideal missionário e por 12 anos, então, viveu a experiência franciscana de seguir a Cristo pobre e humilde entre os frades: como superior, professor e como grande pregador da Palavra de Deus entre o povo pobre.
“Por ti, Jesus, tudo deixamos e nos fizemos pobres” e junto ao povo pobre e humilde esteve sempre presente como testemunho vivo de caridade. Faleceu às portas da cidade de Pádua onde hoje se ergue a Basílica do Santo (Antônio) meta de tantos peregrinos (1).
Suas origens
Entre os cruzados que permaneceram em Portugal deve ser contado, como tudo indica, também Martinho, o pai de Santo Antônio. Como cavaleiro do rei D. Afonso, tinha ele recebido grandes possessões. Sua esposa chamava-se Maria e provinha de família nobre.
Fernando nasceu em Lisboa, Portugal, a 15 de agosto de 1195 (segundo dados recentes de pesquisa deve-se recuar de 3 a 4 anos; o dia do nascimento também é incerto). O “Livro dos Milagres” (Liber miraculorum), surgido apenas entre 1367 e 1374, afirma que Santo Antônio morreu com 36 anos de idade. Como está assegurada a data de sua morte em 13 de junho de 1231, então entraria em consideração 1195 como data do nascimento.
A casa em que nasceu se achava ao lado da catedral. Freqüentou a escola da catedral, onde não só aprendeu a ler, escrever e fazer contas, mas também iniciou-se nas artes liberais do chamado trívio: gramática, retórica e dialética, e do quadrívio: aritmética, música, geometria e astrologia.
Todo o ensino era ministrado em latim, que Antônio chegou a dominar perfeitamente, como também chegou a dominar a cultura humanística de Roma e da Grécia.
A vocação religiosa
No ano de 1210, Fernando imprimiu uma mudança decisiva em sua vida. Ele se dirigiu aos cônegos de Santo Agostinho, pedindo sua admissão à Ordem, no mosteiro de Sõ Vicente de Fora. Tanto seus pais como os demais parentes e conhecidos dificultaram essa decisão. Devido a isso, pediu transferência para o mosteiro de Santa Cruz, de Coimbra, que era um prestigioso centro de espiritualidade e de cultura, de nível universitário. Ali Antônio pôde freqüentar toda a cultura filosófica e teológica da época; sobretudo se aprofundou na espiritualidade e no contato diário com a Sagrada Escritura e a Patrística.
Acerca de sua cultura bíblica, todos os testemunhos o elogiam. Com sua poderosa inteligência, Antônio podia extrair o sentido pleno do texto sagrado, com sua memória tenaz podia recordá-lo, citando, quando queria, livro e capítulo, e com sua capacidade de síntese, conciliá-lo com muitos aspectos da mensagem cristã. Era tão grande a admiração que os contemporâneos tinham pelo conhecimento e da paixão pela Bíblia de Antônio que costumavam dizer que, se se perdessem todos os livros da Sagrada Escritura, teria bastado a memória do Santo para reescrevê-los.
Antônio esperava encontrar em Coimbra um mosteiro que fosse um ninho de fraternidade, um oásis de paz e um estímulo para o apostolado; em vez disso, encontrou-se em meio a situações muito turbulentas. As intromissões do rei, que gozava do direito de patronato, e uma série de desordens e de indisciplinas criaram-lhe não poucas tensões. Parece que Antônio, tanto por seu caráter como para dar conta de seus estudos prediletos, se manteve à margem dessas decadências humanas.