Mais um pouco da história
Fachada: A atual fachada é resultado de uma ampliação da igreja no século XVIII e de uma reforma na década de 20 desse século, quando foram inseridos elementos neocoloniais. A igreja não possui torres. Uma platibanda com três arcadas dá um toque peculiar à fachada de alvenaria, com finas pilastras de cantaria encimadas por coruchéus. O frontispício é terminado por singelas formas sinuosas de cantaria. Os sinos estão instalados em arcadas duplas, no telhado do convento, próximas do beiral. No pórtico, encontra-se um nicho de granito com a imagem de Santo Antonio do Relento.
Interior: A igreja não possui altares e capelas laterais, tradição da arquitetura franciscana. A decoração barroca está concentrada na capela-mor, inteiramente recoberta de talha dourada. Os altares possuem arquivolta e datam do início do séc.XVIII, apresentando folhas de acanto, cachos de uvas, folhas de parreiras e meninos. A base da talha da capela-mor é vermelha, enquanto que a dos altares laterais e do púlpito é azul. A nave apresenta ainda grandes pinturas com cercaduras de talha, retangulares e octogonais. Os 16 painéis pictóricos do teto e das laterais da capela-mor destacam-se da talha por seu fundo escuro.
Planta: Nave única, capela-mor com tribunas e teto abobadado com clarabóia, coro e dependências.
CRONOLOGIA
1592 – Chegam ao Rio os primeiros frades franciscanos.
1607 – Os frades recebem doação do terreno do convento, localizado no Morro do Carmo, que passa então a se chamar Morro de Santo Antonio.
1608 – Pedra fundamental do convento. (Projeto: frei Francisco dos Santos).
1615 – Celebração da primeira missa na igreja do convento.
1617/28 – Conclusão da igreja.
1619 – Construção da Capela da Imaculada Conceição.
1620/24 – Execução dos retábulos.
1629/30 – Douramento dos retábulos.
1653 – Reconstrução da Capela da Imaculada Conceição.
1696 – Segundo projeto do convento, por Francisco da Porciúncula.
1701 – um alpendre é acrescentado à igreja.
1710 – Construção da Capela da Porciúncula, no claustro. A imagem de Santo Antônio recebe a patente de capitão de infantaria por ter inspirado uma reação ao ataque dos corsários franceses.
1714 – Construção da sacristia.
1748 – Obras de ampliação do convento.
1761/64 – Construção da Capela do Ecce Homo, no claustro.
1773 – Construção da Biblioteca e da Capela de Jesus, Maria e José (claustro).
1777 – O pórtico recebe a imagem de Santo Antônio do Relento.
1810 – D.João VI promove à sargento-mor a imagem de Santo Antônio.
1814 – A imagem de Santo Antônio é promovida a tenente-coronel.
1910 – 17 famílias que viviam nos terrenos do convento são desalojadas e têm suas casas demolidas. Com o material resultante da demolição, é construído o muro na parte sul.
1920 – Reconstrução da fachada, em estilo neocolonial.
1932 – O órgão barroco de 1758 é substituído por outro.
1936 – Construído o Mausoléu Imperial.
1953 – Segunda restauração do Convento.
1954 – Construção do túnel.
1984 – Terceira restauração do Convento.
Entre as principais curiosidades do Convento, está uma que faz parte inclusive da história do país. É que o Convento de Santo Antônio teve papel fundamental na Independência do Brasil, pois o grande mentor político de Dom Pedro foi Frei Sampaio, com quem o príncipe se aconselhava quase diariamente. Foi ele quem escreveu o discurso do Fico e, ainda hoje, no local se conserva a mesa da cela de Frei Sampaio, na qual teria escrito também todo o esboço da primeira constituição do império brasileiro. Aliás, era na cela de Frei Sampaio que se agrupavam os homens mais importantes do grupo que lutava pela Independência. O Convento chegou até a ser chamado por historiadores de “útero da independência”.
PATRIMÔNIO
– Imagem de Santo Antônio (capela-mor)
– Imagem de São Francisco (lado da Epístola)
– Imagem da Imaculada Conceição (1620/30) – lado do Evangelho
– Pinturas da capela-mor – episódios da vida de Santo Antônio. Anônimos (oito no teto e oito nas paredes)
– Pinturas do arco-cruzeiro (séc.XX)
– Bustos dos santos franciscanos mártires (1597) – balaustrada do coro
– Retábulos barrocos da nave
– Órgão alemão de 1932 – do original, em estilo barroco, de 1758, só restaram os seis anjos que adornam as caixas.
– Confessionários – com delicados trabalhos em madeira.
– Pinturas da capela-mor – com cercadura de talha, contando a vida de Santo Antônio
– Anjos com Luminárias (dois)
– Púlpito em madeira
– Imagem de Santo Antonio do Relento – oratório em nicho de granito, no exterior
SACRISTIA
– Pinturas maiores (cinco) do teto – cenas da vida de Santo Antônio
– Pinturas menores (doze) – paisagens e emblemas de Santo Antônio
– Painéis de azulejos (séc.XVII) – cenas da vida de Santo Antônio
– Arcaz (1745) – cenas da vida de Santo Antônio
– Piso de mármore de Extremoz
– Lavabo de mármore português com a estátua da Pureza
Claustro
– Capela da Porciúncula
– Capela de N.S.das Dores
– Capela de São Joaquim
– Capela do Ecce Homo – com imagem de N.S.da Conceição
– Capela de Jesus, Maria e José
– Nicho com imagem de Cristo Crucificado
– Nichos com representações do nascimento e morte de São Francisco
Mausoléu Imperial
– Túmulos de d.João Carlos Barromeu (filho de d.Pedro I e d.Leopoldina), de d.Antonio Afonso e d.Afonso (filhos de d.Pedro II e d.Teresa Cristina) e o antigo esquife de d.Leopoldina.