Vida Cristã - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Peregrinos no caminho de Jericó

20/07/2023

O grupo de 34 peregrinos, que viaja acompanhado pelo Comissário da Terra Santa, Frei Ivo Müller, Frei Alan Leal de Mattos, Frei Cláudio Broca, frades desta Província da Imaculada Conceição, e Pe. Pedro Carlos Daboit, da Arquidiocese de Florianópolis (SC), fizeram no dia de ontem, 19 de julho, a experiência do deserto, da solidariedade e da hospitalidade.

Logo cedo, Betânia foi o primeiro destino dos peregrinos. Ao longo da estrada de Jerusalém que desce a Jericó, na encosta oriental do Monte das Oliveiras, encontra-se a vila árabe al-Azarìya, a Betânia da qual fala o Evangelho (do hebraico Bet‘Ananya, que significa casa de Ananias). No tempo de Jesus, como ainda hoje, Betânia era subúrbio de Jerusalém, pequeno centro vizinho ao limite do Deserto de Judá, onde habitavam alguns amigos mais íntimos de Jesus: Marta e Maria, com seu irmão Lázaro. Hoje, o Muro separa Betânia de Jerusalém, obrigando a seguir um percurso mais longo a quem deseja deslocar-se de uma a outra cidade.

“Em Betânia, fizemos a nossa celebração na Casa de Marta Maria e Lázaro”, contou Frei Ivo, que presidiu a celebração e falou da situação desta casa de hospedagem. “Cada vez que Jesus tinha fome, sede ou precisava dar uma parada na sua missão, ele se hospedava aqui. Ele se torna, por sua vez, um protótipo da hospitalidade na casa de Marta, Maria e Lázaro”, disse.

Depois da celebração, alguns peregrinos desceram até a Tumba de Lázaro, recordando assim a sua ressurreição, que segundo o Evangelho, ele estava morto há quatro dias, quando Jesus foi chamado por Marta e Maria. No lado de fora do pátio da igreja franciscana, a uns 50m ao longo da estrada que leva ao Monte das Oliveiras, encontra-se aquela que, segundo a Tradição, baseada em testemunhas dos peregrinos do século IV, seria a tumba de Lázaro. O túmulo, como se apresenta hoje, é do período medieval e a entrada, que se acha no lado externo da mesquita, é do século XVI, quando foi fechada a porta original, para poder entrar foi adotada essa solução. Uma escada de 24 degraus conduz ao átrio, onde se vê uma porta murada, que provavelmente corresponde à entrada primitiva. Três degraus ligam o átrio com a sala inferior, muito pequena e de formato quadrado.

E na sequência do programa, os peregrinos foram ao deserto da Judeia, onde descemos a Jericó, por uma rodovia comum de Israel num percurso de 15km em meio a um desfiladeiro rochoso. Nessa área, há muitas cavernas, nas quais escondem-se malfeitores. É exatamente neste cenário que acontece a Parábola do Bom Samaritano, descrita por Jesus. “Lá paramos o ônibus e lemos o Evangelho da parábola e refletimos sobre o cuidado que aquele bom samaritano teve com o pobre doente caído, ao contrário dos sacerdotes judeus que estavam muito preocupados com os cuidados da pureza, por isso que não poderiam tocar em uma pessoa caída que estivesse doente, temendo pela possibilidade de contaminação. E também o levita, que não poderia perder tempo. Estava focado na lei da Torá. Este bom samaritano representa aquele que cuida do próximo. Nós devemos cuidar, assim, daqueles que estão mais perto de nós”, disse Frei Ivo.

“Depois entramos na estrada Romana, que se dirige a Jericó, a mesma estrada que Jesus passou várias vezes. Pudemos contemplar as belezas do deserto, e uma gazela debaixo de uma árvore, chamada de cássia do deserto, que tem uma raiz que pode chegar a 40 metros de profundidade, fazendo com que possa captar água. Ali, do ônibus vimos a gazela. E ali, no Vale de Jericó, vimos o Mosteiro de São Jorge Koziba (foto acima), considerado um dos mais importantes mosteiros ortodoxos da Terra Santa, abrigando os monges dedicados à devoção e ascetismo.

“Depois o grupo entrou em Jericó, a cidade das tamareiras. Fomos até o pé da quarentena, o lugar onde Jesus passou 40 dias e 40 noites, sendo tentado pelo demônio naquele grande retiro que ele fez em vista do não consentimento ao pecado. Assim ele conseguiu superar esta dificuldade humana. Todo humano pode dar um sim ou não ao pecado”, disse Frei Ivo.

Acredita-se que Jericó seja uma das mais antigas cidades continuamente habitadas do mundo. Situada nas proximidades do rio Jordão, Jericó é uma cidade na qual estão achados muito antigos, como aqueles de um vilarejo que data de 8000 anos antes de Cristo, enquanto a margem ocidental do rio Jordão é lugar de peregrinação para os cristãos que recordam o Batismo de Jesus por João Batista. É também aqui que Jesus restaurou a visão do cego Bartimeu, e converteu a Zaqueu, realizando em favor de ambos, o seu ministério de Bom Pastor. Os poucos sicômoros que ainda restam na atual Jericó, recordam aos peregrinos o sicômoro por sobre o qual Zaqueu subiu para ver Jesus.

Jericó está localizada a 258 m abaixo do nível do mar, em um oásis em Uádi Quelte, no Vale do Jordão. A fonte próxima de Ein es-Sultan produz mil galões de água por minuto, irrigando uns 2.500 Acres (10 km²) através de múltiplos canais que se alimentam no rio Jordão, a 10 km de distância.

“Depois disso fomos até Qumran, um sítio arqueológico, onde almoçamos num kibutz e, na parte da tarde, fizemos a experiência de boiar nas águas do Mar Morto. Este mar que perde um metro de água a cada ano na forte evaporação que acontece ali. O mar está neste momento a 430 metros abaixo do nível do mar”, explicou Frei Ivo.

Os Manuscritos do Mar Morto são uma coleção de centenas de textos e fragmentos de texto [principalmente os Salmos (36 cópias), o Deuteronômio (32) e o Gênesis (23)] encontrados em cavernas de Qumran, no Mar Morto, no fim da década de 1940 e durante a década de 1950. Foram compilados por uma doutrina de judeus conhecida como Essênios, que viveram em Qumran do século II a.C., até aproximadamente 70.

 

Ainda no final da tarde, os peregrinos voltaram a Jerusalém e, com o tempo livre, puderam visitar o Santo Sepulcro e fazer outros programas de interesse pessoal. À noite, fizeram um passeio com Frei Ivo dentro da Jerusalém Nova, com seu progresso todo. “Trata-se de uma  cidade hospitaleira e que sempre acolhe peregrinos e turistas do mundo todo”, completou Frei Ivo.


Frei Alan Leal de Mattos

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