O encontro reuniu frades ligados ao trabalho com a Terra Santa no Brasil, como Frei Ivo Müller, comissário para a Terra Santa da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, Frei Jorge Hartmann, comissário da Província de São Francisco, do Rio Grande do Sul. Estiveram presentes também algumas zeladoras da Terra Santa, senhoras que auxiliam os comissários em seu trabalho de divulgação e busca de recursos que garantem o sustento e a continuidade da presença franciscana no cuidado e na evangelização dos lugares onde Jesus viveu.
Frei Patton, falando em português, deu uma verdadeira aula sobre a história e o momento atual da Custódia. Apresentou ainda muitos dados estatísticos sobre a presença dos cristãos no Oriente Médio. Chamam a atenção os dados da Síria que, em 2010, contava 2,2 milhões de cristãos, numa população de 25 milhões de pessoas. Hoje, tem 15 milhões de habitantes, dos quais 1,1 milhão de cristãos. A queda brusca nestes números se deu por conta de uma guerra iniciada em 2011. Muitos habitantes da Síria deixaram o país neste período. Sobre este drama vivido na Síria, o Custódio explicou: “O serviço mais importante que os nossos frades desenvolvem em Alepo [maior cidade da Síria] é manter viva a esperança nas pessoas e ajudar todos a manter o coração livre do ódio e aberto ao perdão e à reconciliação. Deste ponto de vista, são muito importantes algumas iniciativas que se iniciaram recentemente e nas quais estão envolvidos alguns dos nossos frades, para promover um diálogo entre aqueles que se disponibilizaram à reconciliação e à paz”.
Um dos momentos de maior emoção foi quando Frei Francesco narrou a experiência de se celebrar o Natal em um território ferido pela guerra: “Em Alepo, em 2016, pela primeira vez depois de cinco anos, os nossos cristãos conseguiram celebrar o Natal sem o som de fundo dos bombardeios”, declarou o frade.
Outra realidade que tem merecido a atenção dos franciscanos naquele contexto é a questão dos refugiados e imigrantes: “Neste momento, existe um compromisso especial para com os imigrantes e refugiados. É ligado ao fenômeno da globalização: em Israel, mas também na Síria e em Chipre, a comunidade de imigrantes, sobretudo da Ásia, é significativa. O fato de sermos uma realidade franciscana internacional, permite-nos acolher os imigrantes católicos tentando integrá-los nas comunidades cristãs locais e ajudá-los a manter a própria identidade”, explicou o Custódio.
Além de apresentar um panorama da Custódia da Terra Santa, o encontro também teve a finalidade de trazer a gratidão dos frades que atuam nesta missão àqueles que, no Brasil, promovem e divulgam o trabalho da Custódia: os comissários, as zeladoras e todos os que contribuem com a Coleta anual pelos lugares santos e os milhares de peregrinos que, a cada ano, dirigem-se àquela região. “Segundo dados do centro Franciscan Pilgrims Office, os peregrinos brasileiros ocupam o quarto lugar no número dos peregrinos que visitam a Terra Santa. Em 2017, 30.545 peregrinos do Brasil celebraram a Eucaristia nos nossos santuários, certamente um número ainda maior visitou os lugares santos”, acredita Frei Patton. Em seus agradecimentos, o Custódio fez uma menção especial a Frei Sérgio Calixto, confrade da Fraternidade do Convento São Francisco, que, por cerca de 20 anos, serviu como missionário na Terra Santa.
Ainda como agradecimento, Frei Francesco entregou uma medalha comemorativa pelos 800 anos de presença franciscana da Terra Santa aos comissários presentes, Frei Ivo Müller e Frei Jorge Hartmann, e outra a ser entregue a seus respectivos Ministros Provinciais. Às zeladoras foi entregue um certificado de gratidão pelos generosos serviços prestados à Custódia da Terra Santa. Também participaram do encontro os Definidores da Custódia, o brasileiro Frei Bruno Varriano e o argentino Frei Marcelo Cichinelli.
Frei Gustavo Medella e Frei Augusto Luiz Gabriel