O frade italiano Francesco Patton é o novo Custódio da Terra Santa. Ele sucede ao Frei Pierbattista Pizzaballa, que guiou a Custódia nos últimos doze anos. Frei Patton foi nomeado pelo Governo-Geral da Ordem dos Frades Menores e aprovado pela Santa Sé. O novo Custódio nasceu em Vigo Meano, na diocese de Trento, em 23 de dezembro de 1963. Recebeu a ordenação presbiteral em maio de 1989. Em 1993, formou-se em Ciências da Comunicação na Pontifícia Universidade Salesiana de Roma. Desempenhou inúmeros cargos dentro de sua Província de origem e dentro da Ordem. Além do italiano, fala inglês e espanhol.
O Custódio da Terra Santa é o Ministro Provincial (isto é, o superior principal) dos Frades Menores que vivem em todo o Oriente Médio. Ele possui jurisdição sobre os territórios de Israel, Palestina, Jordânia, Líbano, Egito (parcialmente), Chipre e Rodi, isso sem contar as numerosas casas (Comissariados) em várias partes do mundo.
A função principal do Custódio, além de animar a vida dos frades, é a de coordenar e encaminhar a acolhida dos peregrinos que chegam a Terra Santa em peregrinação e oração aos sacrários da nossa Redenção. Tal tarefa foi transmitida pela Santa Sé há mais de 600 anos. O termo usado naqueles tempos para indicar esta iniciativa era “custodia” dos lugares sagrados, do qual derivavam os termos ainda em uso “Custódio” e “Custódia”.
Historicamente, o primeiro e mais importante papel do Custódio foi o de receber os peregrinos ao Santo Sepulcro, oferecendo os seus espaços e a possibilidade de rezar dando hospitalidade também àqueles que não poderiam se permitir hospedagens custosas. Ao mesmo tempo, aos peregrinos era oferecida a possibilidade de encontrar frades prontos a recebê-los, escutá-los e assisti-los espiritualmente.
Todos os santuários Cristãos católicos estão sob a sua jurisdição. Ele se assegura que seja oferecido o necessário suporte para exercer as funções litúrgicas nos Lugares Santos. Uma outra missão que o Custódio desempenha, por força do seu ofício, é a de coordenar as notícias sobre a Terra Santa e infundir nos Cristãos do mundo o desejo do “cuidado amável” por estes lugares: escavações arqueológicas nos lugares santos, publicações de diários de antigas peregrinações e, sobretudo, os estudos da Bíblia por meio da geografia e história dos mesmos lugares em que os eventos aconteceram. Por este motivo a Custódia instituiu o Estúdio Bíblico Franciscano, a FAI, a Franciscan Printring Press. Todas estas atividades dependem, principalmente, do Custódio que com a ajuda de outros frades se empenha em encontrar benfeitores que possam sustentar estas iniciativas.
Outra importante tarefa do Custódio é a de cuidar e sustentar, de acordo com a igreja local, a presença Cristã na Terra Santa, com várias iniciativas, dentre elas as escolas e paróquias.
Todas estas iniciativas requerem não somente o sustento moral dos Cristãos de todo o mundo, mas também o econômico.
É por esta razão que durante séculos, vários “Comissariados da Terra Santa” foram estabelecidos em boa parte do mundo para promover a conscientização acerca da vida dos frades na Terra Santa e ao mesmo tempo para recolher fundos para ajudar a sustentar o trabalho da Custódia. Todos estes comissariados dependem diretamente do Custódio.
Dada a importância da missão do Custódio, ele não é eleito como todos os outros Ministros Provinciais da Ordem. Ele é nomeado diretamente pela Santa Sé depois de uma consulta com os frades da Custódia e a apresentação feita pelo Governo Geral da Ordem.
Na Terra Santa a figura do Custódio é considerada como a de uma das principais autoridades religiosas Cristãs. Ele, junto com o Patriarca Grego Ortodoxo e também Armeno, é responsável pelo “Status quo”, um conjunto de costumes que regulam a vida de alguns santuários, entre eles o Santo Sepulcro e a Natividade de Belém.
O Padre Custódio da Terra Santa faz parte da Assembleia dos Ordinários Católicos da Terra Santa.
Fonte: Radio Vaticano