Uma terra atormentada que clama pela nossa presença

Aos Ministros e Custódios Provinciais

A todos os Frades Menores da Ordem

Aos Comissários da Terra Santa

Roma, da Cúria Geral da Ordem – 19 de março de 2025

Solenidade de São José, Padroeiro da Igreja Universal

Queridos irmãos, que o Senhor lhes dê a paz!

Dirijo-me a vocês com urgência e preocupação para chamar a atenção para a importância vital da Coleta da Sexta-feira Santa para a Terra Santa nesta Páscoa de 2025. Esta coleta tradicional, instituída pelos Sumos Pontífices, assume hoje um significado ainda mais dramático e urgente à luz da situação vivida nos Lugares Santos.

Abaixo o texto traduzido para a Língua Portuguesa

ACESSE O DOCUMENTO OFICIAL EM ESPANHOL

—————————————————

Carta do Ministro geral para a coleta da Sexta-feira Santa 2025

Aos Ministros Provinciais e Custódios,
A todos os Frades Menores da Ordem,
Aos Comissários da Terra Santa,

Cúria Geral da Ordem, Roma, Itália
19 de março de 2025

Solenidade de São José, Padroeiro da Igreja Universal

Caros irmãos,

Que o Senhor lhes dê a paz!

Dirijo-me a vocês com urgência e preocupação para chamar a atenção para a importância vital da Coleta da Sexta-feira Santa para a Terra Santa nesta Páscoa de 2025. Essa coleta tradicional, instituída pelos Sumos Pontífices, adquire hoje um significado ainda mais dramático e urgente à luz da situação vivida nos Lugares Santos.

Uma terra martirizada que clama por nossa presença

Como vocês bem sabem, a Terra Santa está atravessando um dos períodos mais difíceis de sua história recente. A guerra em curso semeou destruição, dispersou famílias e colocou à prova a frágil presença cristã nesses lugares. Nunca como agora a comunidade cristã local correu tanto risco de desaparecer da terra onde nasceu a nossa fé.

Nossos irmãos da Custódia da Terra Santa continuam permanecendo junto à população, apesar das bombas, do medo e do risco cotidiano. A custódia das pedras da memória, que nos recordam o fundamento histórico da nossa fé na real encarnação do Filho de Deus, se une ao apoio e cuidado às pessoas concretas, rostos e histórias que hoje encarnam a presença viva de Cristo nessa terra martirizada.

Sustentar a presença cristã
A presença cristã na Terra Santa é um bem precioso para toda a Igreja universal. É a Igreja Mãe, da qual todos nós provimos histórica e espiritualmente. Seu enfraquecimento representaria uma perda irreparável, não apenas para a diversidade cultural e religiosa da região, mas também para o testemunho vivo do Evangelho que esses cristãos representam.

Por meio da Coleta da Sexta-feira Santa, apoiamos:

1. A custódia, o cuidado e a manutenção dos Lugares Santos, que são o fundamento da identidade dos cristãos da Terra Santa e continuam a falar aos peregrinos do mundo inteiro sobre o mistério da Encarnação e da nossa Redenção.

2. A assistência cotidiana às famílias cristãs locais, que precisam de ajuda concreta para sobreviver e não serem forçadas a emigrar.

3. As escolas católicas da Custódia, que oferecem educação de qualidade a mais de 10.000 estudantes, cristãos e muçulmanos, construindo assim pontes de diálogo e paz.

4. As estruturas de saúde e assistência social, que neste tempo de guerra se tornaram âncoras de salvação para os feridos, deslocados e refugiados, da Síria ao Líbano, da Cisjordânia até o Chipre e Rodes.

5. As atividades pastorais e sociais das paróquias, que mantêm viva a fé e a esperança diante das divisões e do ódio, e sabem integrar na igreja local os numerosos trabalhadores migrantes.

Uma tarefa urgente
Peço, portanto, que se comprometam pessoalmente e sensibilizem vivamente suas fraternidades e todas as comunidades cristãs confiadas ao nosso cuidado pastoral:

• Preparem com esmero a Coleta da Sexta-feira Santa, explicando aos fiéis seu significado e sua importância crucial neste momento histórico.
• Organizem momentos de oração, vigílias e Via-Sacra dedicados à situação da Terra Santa nas semanas que antecedem a Páscoa.
• Colaborem estreitamente com os Comissários da Terra Santa presentes em suas regiões, facilitando seu trabalho de animação e sensibilização.
• Assegurem que os fundos arrecadados sejam enviados com prontidão aos Comissariados e, portanto, à Custódia, para responder às necessidades mais urgentes.

Lembro-lhes que esta não é uma iniciativa opcional, mas um dever de toda a Igreja, como reiterado pela Santa Sé por meio do Dicastério para as Igrejas Orientais. Os fundos arrecadados são utilizados com transparência e responsabilidade nas obras pastorais e sociais da Custódia.

Como filhos de São Francisco, que tanto amou a Terra Santa e desejou que seus frades fossem seus guardiães, temos uma responsabilidade especial. Nosso Pai Seráfico nos convida hoje, por meio das urgentes necessidades de nossos irmãos e irmãs na Terra Santa, a sermos operadores de paz e testemunhas da esperança.

Neste ano jubilar, enquanto nos preparamos para celebrar a Páscoa do Senhor, façamos nosso o clamor dos cristãos da Terra Santa. Não deixemos que sua esperança se empobreça, não permitamos que se apague este testemunho vivo nos lugares que viram Jesus caminhar.

Agradeço por tudo o que vocês farão e asseguro minha lembrança na oração, especialmente nos Lugares Santos. Que o Senhor abençoe e sustente o compromisso de todos vocês.

Fraternalmente,

Frei Massimo Fusarelli OFM – Ministro geral

Fonte: https://ofm.org/lettera-del-ministro-generale-per-la-colletta-del-venerdi-santo-2025.html