Caríssima amiga, caríssimo amigo!
Estamos novamente juntos, também este ano, na gruta de Belém.
Este é o lugar onde nasceu o menino Jesus, o Filho de Deus feito menino.
Maria – narra o evangelista Lucas – lhe deu à luz, o envolveu em faixas e o colocou na manjedoura.
No Natal celebramos o grande mistério da Encarnação do Filho de Deus: Deus se faz menino, se faz um de nós, se faz nosso irmão para dar início a uma humanidade nova, na qual existem apenas irmãos e irmãs.
Aqui o Filho de Deus se encarnou na noite do mundo, na noite da nossa humana miséria, para nos devolver um rosto humano.
Aqui na gruta de Belém podemos imaginar a cena do nascimento de Jesus. Podemos imaginar Maria que lhe dá à luz. Está nu, indefeso e tem fome, como qualquer um de nós no momento do nascimento. Maria o lava, o envolve em faixas para protegê-lo do frio do inverno, depois o envolve em seus braços e o alimenta em seu seio, por fim o coloca novamente na manjedoura sob o olhar maravilhado de São José.
Diante desta cena é fácil sentir comoção, sentir a necessidade de dobrar os joelhos e a necessidade de adorar este menino.
Mas, sei que celebrar o Natal é muito mais que isso, porque é justamente este menino a recordar-me quão importante é – para celebrar verdadeiramente a sua vinda ao mundo – compadecer-me, dobrar os joelhos e acolhê-lo quando se apresenta a mim no mistério do pobre, no mistério do pequenino, na pessoa concreta daqueles que hoje não têm nem uma gruta onde se refugiar, nem um pouco de palha para deitar, nem o calor do carinho para se sentir em casa.
Caríssima amiga, caríssimo amigo! Idealmente nesta Noite Santa você também está aqui na Gruta diante da manjedoura e do menino Jesus.
Caríssima amiga, caríssimo amigo! Coloque-se você também a caminho, como os pastores e como os Reis Magos; faça-se peregrino, para vir adorar o menino Jesus!
Caríssima amiga, caríssimo amigo!
Neste Natal, possa o menino de Belém, Jesus, restituir-nos um pouco de autêntica humanidade!
Feliz Natal, da Gruta de Belém!