Os comunicadores da Custódia da Terra Santa foram recebidos em audiência pelo Papa Francisco nesta segunda-feira (17/01). O encontro foi realizado por ocasião do centenário da fundação da revista Terra Santa. Francisco iniciou seu discurso saudando o padre frei Francesco Patton o Custódio da Terra Santa e recordando a importância da comunicação na Terra Santa: “Fazer com que a Terra Santa seja conhecida significa transmitir o ‘Quinto Evangelho’, ou seja, o ambiente histórico e geográfico no qual a Palavra de Deus foi revelada e depois feita carne em Jesus de Nazaré, para nós e para nossa salvação”. “Significa também – continuou – conhecer as pessoas que ali vivem hoje, a vida dos cristãos das diversas Igrejas e denominações, mas também a dos judeus e muçulmanos, para tentar construir, num contexto complexo e difícil como o do Oriente Médio, uma sociedade fraterna”. E encorajou os presentes afirmando:
“A comunicação, em uma época de redes sociais, deve ajudar a construir comunidade, melhor ainda, fraternidade. Eu os encorajo a contar sobre a fraternidade que é possível”.
A presença na comunicação
Valorizando o trabalho dos comunicadores continuou: “Agradeço-lhes porque, para contar o que se passa na Terra Santa, vocês fazem um esforço para encontrar pessoas onde e como elas estão”. De fato, “vocês não se limitam aos territórios mais tranquilos, mas visitam também as realidades mais difíceis e sofredoras, como Síria, Líbano, Palestina e Gaza”, recordando em seguida a importância do local de onde enviam notícias: “Vocês vivem e trabalham no mesmo lugar onde a Palavra de Deus, sua mensagem de salvação, se fez carne e se tornou ‘encontrável’ em Jesus Cristo, não só em suas palavras, mas nos seus olhos, na sua voz, nos seus gestos”. “A atração de Jesus”, continuou o Pontífice, “dependia da verdade da sua pregação, mas a eficácia do que ele dizia era inseparável de seu olhar, de suas atitudes e até mesmo de seus silêncios”.
“A palavra só é eficaz se for ‘vista’, só se envolver você em uma experiência, em um diálogo”
Quinto Evangelho
“Queridos comunicadores da Custódia da Terra Santa – disse ainda o Papa – vocês são chamados a dar a conhecer o que o Sínodo sobre a Palavra de Deus (2008) e depois o Papa Bento XVI chamaram de “o Quinto Evangelho”, ou seja, aquela Terra onde a história e a geografia da salvação se encontram e permitem uma nova leitura do texto bíblico, especialmente dos textos evangélicos”.
REVISTA TERRA SANTA
Composta por cerca de cinquenta pessoas e dirigida pelo Custódio da Terra Santa, Frei Francesco Patton, que veio de Jerusalém para a ocasião, a delegação tem perfil internacional. A delegação é tão internacional quanto a presença dos franciscanos que se instalaram na Terra Santa e durante oito séculos cuidam dos santuários, acompanham os peregrinos, dedicam-se aos estudos bíblicos e arqueológicos.
Fundada em 1921 na cidade de Jerusalém, a revista Terra Santa é uma publicação bimestral colorida, com edições italiana, francesa, inglesa, portuguesa, espanhola e árabe. Nasceu com a missão de narrar as “maravilhas da Terra Santa” e o empenho dos frades menores nos diversos campos das suas atividades, incluindo a salvaguarda das comunidades cristãs nos países onde a Custódia está presente: Israel, Palestina, Jordânia, Líbano, Síria, Egito, Chipre e algumas ilhas da Grécia.
A revista conta com as contribuições de especialistas – muitos deles franciscanos –, e é proposta como ferramenta de conhecimento e estudo aprofundado da complexa realidade da Terra Santa, abordando questões religiosas, culturais, bíblicas, arqueológicas e ecumênicas.
Somente a edição italiana da Terra Santa, conta com cerca de sete mil cópias por edição. A primeira edição de 2022 é um número especial, com 114 páginas inteiramente dedicada ao tema de viagens e peregrinações. Ambos são temas de uma dimensão fundamental para cristãos e para aqueles que querem se aproximar dos lugares santos.
A edição italiana da Terra Santa é publicada em Milão, onde está sediada a Fundação Terra Santa, que acolhe o legado secular da Imprensa Franciscana de Jerusalém. A marca pertence à TS Edizioni. A editora também publica livros sobre temas históricos, religiosos, arqueológicos e sociopolíticos.
O trabalho cultural de informação e divulgação a serviço da Custódia é realizado em colaboração com os Comissariados da Terra Santa que, em muitos países do mundo, partilham da missão de conhecer, amar e apoiar os lugares santos.
Além da Terra Santa, também fazem parte da fundação as publicações jornalísticas Eco di Terrasanta e terrasanta.net. A fundação cuida do setor de comunicação multimídia por meio de sites na internet e redes sociais, promove exposições e a organização de eventos culturais dedicados à Terra Santa, em particular em Milão e Bolonha, no complexo da Basílica de Santo Estevão.
Fonte: Vatican News (texto de Jane Nogara)