Vida Cristã - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Maria na mística franciscana

Apresentação

Durante vários séculos a Igreja Católica dedicou todo o mês de maio para honrar a Virgem Maria, Mãe de Deus. A tradição surgiu na antiga Grécia. O mês de maio era dedicado a Artemisa, deusa da fecundidade. Algo semelhante ocorreu na antiga Roma, pois maio era dedicado a Flora, deusa da vegetação. Naquela época, celebravam os ‘ludi florals’ (jogos florais) no fim do mês de abril e pediam sua intercessão.

Na época medieval abundaram costumes similares, tudo centrado na chegada do bom clima e o afastamento do inverno. O dia 1º de maio era considerado como o apogeu da primavera.

Durante este período, antes do século XII, entrou em vigor a tradição de Tricesimum ou “A devoção de trinta dias à Maria”. Estas celebrações aconteciam do dia 15 de agosto a 14 de setembro e ainda são comemoradas em alguns lugares.

A ideia de um mês dedicado especificamente a Maria remonta aos tempos barrocos – século XVII. Apesar de nem sempre ter sido celebrado em maio, o mês de Maria incluía trinta exercícios espirituais diários em homenagem à Mãe de Deus.

Foi nesta época que o mês de maio e de Maria combinaram, fazendo com que esta celebração conte com devoções especiais organizadas cada dia durante todo o mês. Este costume durou, sobretudo, durante o século XIX e é praticado até hoje.

As formas nas quais Maria é honrada em maio são tão variadas como as pessoas que a honram.

As paróquias costumam rezar no mês de maio uma oração diária do Terço e muitas preparam um altar especial com um quadro ou uma imagem de Maria. Além disso, trata-se de uma grande tradição a coroação de Nossa Senhora, um costume conhecido como Coroação de Maio.

Normalmente, a coroa é feita de lindas flores que representam a beleza e a virtude de Maria e também lembra que os fiéis devem se esforçar para imitar suas virtudes. Em algumas regiões, esta coroação acontece em uma grande celebração e, em geral, fora da Missa.

Entretanto, os altares e coroações neste mês não são apenas atividades “da paróquia”. Mas, o mesmo pode e deve ser feito nos lares, com o objetivo de participar mais plenamente na vida da Igreja.

Deve-se separar um lugar especial para Maria, não por ser uma tradição comemorada há muitos anos na Igreja ou pelas graças especiais que se pode alcançar, mas porque Maria é nossa Mãe, mãe de todo o mundo e porque se preocupa com todos nós, intercedendo inclusive nos assuntos menores. Por isso, merece um mês inteiro para homenageá-la.

Fonte: ACI Digital | Imagem: Cimabue (1240, domínio público)

Maria de Nazaré, quem é esta mulher?

Por Jesus Espeja

Como cristãos, temos motivos de sobra para celebrar Maria como “rainha e senhora”, mas corremos o risco de esquecer a história daquela mulher simples que viveu num pequeno povoado de uma região periférica no mundo daquele tempo.

Maria de Nazaré é alguém de nossa raça. Como os demais seres humanos, nasceu e viveu num contexto histórico, social, econômico, político e cultural.

Como as outras mulheres, sua natureza humana se desgastou; viu-se atingida pelas inclemências dos anos e envelheceu. Não viveu segregada e protegida. Não é fácil conhecer a história de Maria com objetividade, uma vez que as fontes são os Evangelhos, nos quais os fatos históricos já se apresentam interpretados a partir da fé. Não se deve, porém esquecer essa história que há de ser ponto de partida insubstituível em toda reflexão mariológica.

No Novo Testamento há diversas tradições. Maria é referência indireta nos escritos paulinos. Marcos a apresenta como mulher do povo e participante de sua mentalidade. Os Evangelhos da infância apresentam uma teologia bem elaborada sobre a fisionomia espiritual da Virgem, enquanto o quarto evangelista destaca sua fidelidade e seu significado na comunidade cristã.

De todas essas interpretações podemos concluir:
– Maria foi uma mulher simples do povo e sensível às necessidades dos pobres.

Infância da Virgem – Francisco de Zurbarán

Embora os Evangelhos nada digam sobre os pais de Miryam, nome original de Maria, segundo a tradição eles se chamavam Joaquim e Ana. Vivia em Nazaré, um povoado sem renome e de má fama, na região norte chamada Galileia. Sua existência deve ter sido como a de qualquer outra jovem daquela cultura: arrumar a casa, ajudar os irmãos menores, e participar nas festas religiosas. Ainda se conserva em Nazaré a “fonte da Virgem”. Ali ela comentaria com as outras mulheres os acontecimentos e rumores de cada dia.

Contam os Evangelhos que Miryam estava prometida para ser esposa de um carpinteiro justo e honrado que se chamava José, e talvez tivesse emigrado da Judéia. Maria e José pertencem ao povo humilde, de modo que quando seus conterrâneos vêem que Jesus fala tão bem, se admiram: “Mas não é este o filho do carpinteiro e de Maria?” (Mc 6,2).

Aquela mulher é sensível às necessidades dos outros. Sabendo que sua parenta Isabel já está no sexto mês de gravidez, desloca-se para lhe dar assistência. Quando participava de uma festa de casamento, percebe que falta vinho, e procura falar com Jesus para resolver o problema, e impedir que os noivos fiquem envergonhados. – Miryam recebeu de Deus um favor singular na concepção e no nascimento de Jesus. Movida pelo Espírito, entregou-se totalmente ao projeto de salvação, vivendo sua maternidade até as últimas consequências.

Nos primeiros meses de gestação, a criança se configura física e psicologicamente por obra de sua mãe, que não só a alimenta com a própria vida como também a torna centro de seus pensamentos, afetos e cuidados. A mãe amolda misteriosamente a personalidade de seu filho.

A frase do evangelho é bem eloquente: “Maria deu à luz o filho primogênito. Envolveu-o em panos e o deitou numa manjedoura, por não haver lugar na hospedaria” (Lc 2,7).

Nesse gesto está implícito o amor materno e a ternura que viveu aquela jovem mãe ao encontrar-se diante de seu filho. A experiência singular que Maria teve de Deus não diminuiu seu afeto materno; tornou-o mais profundo, delicado e total.

– A Virgem fez sua caminhada na surpresa e na obscuridade da fé.

Os evangelhos da infância sugerem que os inícios não foram fáceis: conflito com José pela gravidez inexplicável, perseguição do rei Herodes, e fuga do país durante a noite, para defender o filho.

Parece que os familiares de Jesus não entenderam sua decisão de abandonar suas seguranças sociais e dedicar-se ao anúncio do Reino, interessando-se pelos marginalizados. Pensavam que ele havia perdido o juízo e queriam traze-lo de volta à casa. Quando viram que ia tendo êxito, lhe diziam que fosse para Jerusalém, a capital da Palestina: “Ninguém faz tais coisas em segredo, se deseja ser conhecido do público” (Jo 7,4).

Os evangelistas querem deixar bem claro que Maria disse “sim” ao projeto de Deus, sendo “a pobre” inteiramente disponível à vontade divina. Isto, porém não impede, até exige, que vivesse sua entrega num processo histórico marcado pela surpresa, o conflito e o sofrimento. Diante de comportamentos estranhos de Jesus, “ficava perplexa”, “vacilava em seu íntimo”. Deve ter sido uma mulher contemplativa da passagem de Deus pela história.

Lc 2,49-50 acusa certo desgosto de Maria quando o menino Jesus permanece no templo de Jerusalém sem avisar a seus pais. Maria, sem dúvida, teve de sofrer uma desorientação quando Jesus deixou sua profissão e sua casa; mas, acima de tudo, como toda boa mãe, teve que defender o filho contra as críticas dos familiares. E o transtorno deve ter sido terrível quando a Mãe veio a saber que haviam prendido seu filho, e o tinham condenado por blasfemo. Conforme a tradição evangélica, Maria permaneceu junto à cruz, junto a Jesus abandonado por todos. A fé verdadeira se prova e amadurece na escuridão.

-A última noticia que temos de Maria, com certa garantia histórica, é o que encontramos em At 1,14: permanecia em oração com a primeira comunidade cristã, suplicando a vinda do Espírito. Nada dizem os escritos apostólicos sobre os últimos dias e a morte da Virgem. Segundo Jo 19,27, o “discípulo amado” acolhe em sua casa a mãe de Jesus. Embora a intenção principal do evangelista seja mais teológica que histórica, talvez tenha vindo daí a tradição popular: Maria ficou com o “discípulo amado” (que se veio identificando com João) em Patmos, e ali terminou seus dias.

Pequenos e fracos, como a Virgem de Nazaré

Frei José Carlos Pedroso, OFMCap

Quando chegou o tempo da manifestação do Reino, Deus mandou um anjo a uma virgem de Nazaré. Hoje, cada um dos substantivos desta frase evoca tanta experiência de cultura que, embora saibamos que estamos diante de grandes mistérios de Deus, podemos não ter uma perspectiva muito clara: Deus resolveu começar tudo com uma mulher, jovem, solteira, pobre, noiva de um carpinteiro, moradora de um vilarejo tão miserável que nem constava dos possíveis mapas de Israel.

Era tudo que se podia imaginar de secundário e inferior na cultura do tempo: uma criatura para a qual nenhum poderoso iria olhar. Mas o Deus da Bíblia trabalha, com predileção, justamente com o pobre, o pequeno, o fraco, o desprezado. Seu Filho seria o filho dessa mulher, uma mulher pobre numa aldeia no fim do mundo. Os auxiliares imediatos de seu Filho seriam pescadores por quem ninguém daria nada. Entravam na linha dos “anawin”, os pobres de Deus do Antigo Testamento.

É fundamental entendermos esse sentido de ser virgem: não pertencer a ninguém, não contar nada como elemento constituinte do povo, não ser de nada. É disso que Deus precisa para começar a fazer um contemplativo, porque é dessa massa que Ele faz um Cristo.

Essa pobreza, esse nada da Mãe de Jesus é importante na contemplação de Francisco e Clara, que aí fundamentaram toda sua vida de recolhimento e de ação. Ser pobre de tudo para ser rico de Deus, como Maria, era seu grande sonho, a realização de sua alegria.

Celano conta que Francisco… “celebrava com incrível alegria, mais que todas as outras solenidades, o Natal do Menino Jesus, pois afirmava que era a festa das festas, em que Deus, feito um menino pobrezinho, dependeu de peitos humanos… Queria que nesse dia os pobres e os esfomeados fossem saciados pelos ricos, que se concedesse uma ração maior e mais feno para os bois e os burros… Não podia recordar sem chorar toda a penúria de que esteve cercada nesse dia a pobrezinha da Virgem.

Francisco achava que Maria dava maior valor à pobreza evangélica de seu Filho que a qualquer outra coisa. Quando lhe pediram para conservar parte dos bens dos noviços para a acolhida dos frades de passagem, respondeu: “Se não houver outro meio de atender aos indigentes, despe o altar da Virgem e tira os seus ornatos. Podes crer que é melhor guardar o Evangelho de seu Filho e despojar o altar do que deixar o altar ornado e seu Filho desprezado. O Senhor mandara que alguém restitua à sua Mãe o que ela nos tiver emprestado”

Para ele, Maria era uma pobre tão unida à pobreza de Jesus que enviou esta exortação a Clara e suas irmãs: “Eu, frei Francisco pequenino, quero seguir a vida e a pobreza do altíssimo Senhor nosso Jesus Cristo e da sua santíssima Mãe, e nela perseverar até o fim. E rogo a vós, minhas senhoras, e vos aconselho a viver sempre nesta santíssima vida e pobreza. E guardai-vos muito bem de afastar-vos jamais dela de modo algum por ensino ou conselho de alguém” .

Clara pensava do mesmo jeito e fez a mesma associação muitas vezes. Colocou em sua Regra essa “vontade” de Francisco, e ainda a terminou com o desejo de que ela e as irmãs observassem “sempre a pobreza e a humildade de nosso Senhor Jesus Cristo e da sua santíssima Mãe”. E também une Mãe e Filho na redenção: Medita sem cansar o mistério da cruz e as dores da Mãe em pé junto à cruz”.

Francisco amava os pobres porque neles contemplava Jesus e Maria: “Quando vês um pobre, meu irmão, tens à frente um espelho do Senhor e de sua pobre Mãe. Também nos doentes deves ver as enfermidades que ele assumiu por nossa causa!”.

E Clara concordava: “E por amor do santíssimo e diletíssimo Menino, envolto em fraldas e reclinado no presépio, e de sua santíssima Mãe, admoesto, suplico calorosamente e exorto as minhas irmãs a vestir sempre roupas vis”.

(Extraído do livro “Olhos do Espírito”, de Frei José Carlos Pedroso, OFMCap, Edições Loyola) 

Devoção franciscana a Maria

Do Dicionário Franciscano

A vida segundo o Evangelho serve, para Francisco, de base em vista de uma compreensão da revelação cristã: exige unidade entre esforço cotidiano e oração, encontro com Deus na vida cotidiana neste mundo e com os outros. Francisco nunca emite um pensamento de fé, um conceito teológico sem conexão com atitude vital global e sintética que possa abarcar a totalidade da existência.

Sua espiritualidade está estruturada em suas intuições básicas e concatenadas, a saber:

a) penitência ou conversão da vida carnal, ou seja, egocêntrica, para encontrar Cristo e Deus no irmão esquecido e abandonado à mercê das forças de morte presentes no mundo e na sociedade;

b) o consequente distanciamento destas forças, associando-se aos “menores”;

c) a pobreza voluntária para obrigar a sociedade a reconhecer, respeitar e honrar, através do retomo à Justiça, a dignidade ofendida dos pequenos; e, finalmente, a alegria ao pensar nas promessas escatológicas de Deus, em sua presença onde está o amor e na atualização da Páscoa em nossas celebrações.

São estes aspectos que Francisco encontra, reverencia, canta e Invoca em Maria.

Maria é, para Francisco, a “Senhora” pobre (2Cel 83) e Deus, escolhendo-a por Mãe, compartilha a pobreza com ela (2CtFi4-5) como caminho em vista da salvação dos homens, levando-os a viver a paternidade divina a partir de uma fraternidade humana renovada, que consiste na solidariedade real com os pobres, uma vez que, como dizia Francisco, é dignidade real e insígne nobreza “seguir o Senhor que, sendo rico, se fez pobre por nós” [2Cel 73) e partilham a pobreza salvífica de Jesus da qual devem participar todos os seus seguidores.

Ao exigir a pobreza dos frades, Francisco os coloca em relação com Cristo que foi “pobre e peregrino e vivia de esmola, ele mais a bem-aventurada Virgem e seus discípulos” (RNB 9,6). E a tua última vontade é “seguir a vida e a pobreza de nosso altíssimo Senhor Jesus Cristo e de sua Mãe santíssima e nela perseverar até o fim (UIV 1).

Era com lágrimas nos olhos que Francisco meditava na pobreza do Senhor Jesus Cristo e de sua Mãe (2Cel 2,00: LM 7, 1). Este pranto amargurado de Francisco diante do que Cristo e Maria passaram será mal entendido se não for colocado junto com a escolha de pobreza voluntária que fez e com a honra que tributava a todos os pobres: a pobreza voluntária, unida à alegria que a acompanha, provém do fato de que para Francisco o Evangelho do Reino e da presença misteriosa de Deus em nosso meio se tomaram mais importantes do que os próprios interesses, e, para acolhê-los, é preciso mesmo esquecer os interesses próprios, “converter-se”, “fazer penitência”.

O Deus que decidiu partilhar a pobreza com Maria tornando-se seu filho é o Deus novo que transforma em supremo o que é ínfimo, é o Deus diferente, que não age a partir de nossa lógica, que escolhe a pobreza e o pobre como seu “sacramento”, como seu sinal e seu símbolo.

Celano o diz com multa felicidade ao falar da compaixão de Francisco para com os pobres. Francisco “se derretia todo pelos pobres”. Desejava sempre “estender a mão (aos pobres)”. Celano observa que ele “era de uma clemência nata” que tinha sido redobrada teologalmente: “redobrada pela piedade infusa”. Qualquer carência ou penúria que visse em alguém dirigia seu pensamento em rápida conversão para Cristo. Via o Filho da pobre Senhora em todos os pobres, pois o levava nu em seu coração como ela o tinha carregado em seus braços” [2Cel 83). Neste aspecto também Francisco revela ter sido o pai dos teólogos franciscanos que não conhecem outra teologia, outra cristologia ou mariologia senão aquela que, refletindo sobre a vida de Cristo e de Maria, neles descobre aquilo que torna nossa existência melhor.

Francisco tem consciência que a salvação de Deus é para todos, mas sabe também que a maneira como ela se manifesta não é igual para todos: Deus, na encarnação – “kénosis”, assumindo a condição pobre de sua Mãe e aceitando o sofrimento inerente à finitude humana, exalta os pobres e os humilhados, os fracos e os sofredores que, depois da glorificação de Cristo e de Maria, são o espelho no qual se Imprime e se perpetua a Imagem de Deus que se exprimiu entre nós, em Cristo e Maria, pobres e sofredores: “Quando vês um pobre, meu irmão, tens à frente um espelho do Senhor e de sua pobre Mãe. Também nos doentes deves ver as enfermidades que ele assumiu por nossa causa” (2Cel 85).

Por outro lado, Deus mesmo ao decidir manifestar-se a nós na pobreza de Jesus e de Maria e manifestando-se agora nos pobres e sofredores de todos os modos contesta o – mundo desumano, a fim de que todos os que são responsáveis por criar e manter esta situação desumana e, portanto, indigna da família de Deus, redescubram sua humanidade, afastando-se de tal situação como fez, de modo radical, Francisco com sua pobreza voluntária.

A devoção mariana permite ao Poverello viver esta dimensão teologal da pobreza e as mais profundas raízes da alegria dos “menores”. Estes, em sua própria pobreza e na dos outros, experimentam como mais importante do que todos os interesses particulares, a presença de Deus no mundo e o seu Reino que vem.

É precisamente nesta alegria franciscana, pela presença divina, que a pobreza não é somente uma teoria, mas de grande eficácia: o Deus da alegria é o Deus que reverencia os pobres e denuncia forças tenebrosas que são causa de tanto sofrimento. Ao realizar esta denúncia Deus não prega o ódio aos que encarnam tais forças e se tornam seus instrumentos, aos que cedem a cobiças e ambições, mas partilhando com Maria a pobreza.

Francisco compreende a força presente na prática da pobreza evangélica, sem agressividade e ódio. Ao pobre que encontrou em Collestrada de Perúsia e que amaldiçoava “com ódio mortal” o patrão “que lhe havia tirado os bens”, Francisco diz: “Irmão, pelo amor de Deus perdoa teu patrão: assim haverás de salvar tua alma…” (2Cel 89).

O amor cavaleiresco de Francisco por Maria certamente não é uma fantasia. Esta expressão, no entanto, é ambígua e pode levar a pensar numa devoção feita de “galanteios”, quando na realidade se trata de expressão de uma piedade caracterizada pela participação na alegria de Maria que, em sua pobreza, se torna solidária dos pobres para participar na obra da encarnação de Deus, cuja paternidade só pode ser fundamentalmente invocada por aqueles que se unem a Cristo, e a tudo o que ele fez para que pudéssemos vencer a desumanidade do que sofre e possibilitar o nascimento de uma nova humanidade sob a única soberania de Deus.

Fonte: Dicionário Franciscano

Maria Santíssima na Piedade Franciscana

Por Frei Constantino Koser, OFM

O intenso amor a Cristo-Homem, qual o praticara São Francisco e qual o legara à sua Ordem, não podia deixar de atingir Maria Santíssima. Já as razões do coração católico de São Francisco e seu cavaleirismo o levavam a amor aceso da virgem Mãe de Deus. “Seu amor para com a bem-aventurada Mãe de Cristo, a puríssima Virgem Maria, era de fato indizível, pois nascia em seu coração quando considerava que ela havia transformado em irmão nosso o próprio Rei e Senhor da glória e que por ela havíamos merecido alcançar a divina misericórdia. Em Maria, depois de Cristo, punha toda a sua confiança. Por isto a escolheu para advogada sua e de seus religiosos, e em sua honra jejuava devotamente desde a festa de São Pedro e São Paulo até à festa da Assunção”.

São Francisco não é apenas um santo muito devoto, muito afeiçoado à Mãe de Deus, mas é um dos santos em que a piedade mariana aparece numa floração original e singular, sem contudo se afastar, por pouco que seja, das linhas marcadas pela Igreja. A Idade Média, da qual é Filho, teve uma piedade mariana cheia dos mais suaves encantos, porque fundada toda sobre a nobreza de sentimentos e a cortesia de atitudes de cavaleiros. Os cavaleiros se consideravam paladinos da honra e da glória de Maria Santíssima.

São Francisco, que em sua concepção específica da vida religiosa partia deste ideal e que considerava os seus como “cavaleiros da Távola Redonda”, cultivou com esmero e com intensidade toda sua o serviço da Virgem Santíssima nos moldes do ideal cavaleiroso, condicionado pelo seu conceito e pela sua prática da pobreza. Nada mais comovente e delicado na vida deste Santo, que a forte e ao mesmo tempo meiga e suave devoção à Mãe de Deus. Derivada do amor de Deus e de Cristo, orientada pelo Evangelho e vazada nos moldes e costumes do cavaleirismo medieval, transposto a uma sobrenaturalidade, pureza e força singularíssima, esta piedade mariana do Santo fundador é parte integrante do que legou à sua Ordem e aí foi cultivada com esmero.

São Francisco fez dos cavaleiros de “Madonna Povertá” os paladinos dos privilégios e da honra da Mãe de Cristo. As fontes da vida e da espiritualidade de São Francisco são unânimes em narrar quanto a igrejinha da Porciúncula minúscula, pobre e abandonada na várzea ao pé de Assis, igrejinha de Nossa Senhora dos Anjos – atraía as atenções de São Francisco e prendia a sua dedicação. Atraiu as suas atenções, quando estava para cumprir, segundo a interpretação que lhe dava, a ordem de Cristo de reconstruir a Igreja Santa. O edifício ameaçava ruínas. São Francisco pôs mãos à obra e em pouco tempo, com pedras e cal de “Madonna Povertá”, restituiu a estrutura da capela: “Vendo-a (a capela) São Francisco em tão ruinoso estado, e movido por seu indizível e filial afeto da soberana Rainha do universo, se deteve ali com o propósito de fazer quanto fosse possível para a sua restauração… Fixou neste lugar a sua morada, movido a isto pela sua reverência aos santos anjos, e muito mais pelo entranhado amor da Mãe Bendita de Cristo”.

Depois de assinalado por Cristo com os sinais gloriosos, mas dolorosos da Paixão, São Francisco voltou à Porciúncula. De lá partia novamente para pregar, mas voltava sempre. Os irmãos, apreensivos pela sua saúde combalida, obrigaram-no a permitir o levassem aonde melhor podiam atender ao tratamento reclamado pelo eu estado. Quando, porém, ia findar o tempo que Deus lhe concedera, e sabia quando findaria, São Francisco pediu que o levassem novamente à capelinha da Virgem dos Anjos. À sombra da igrejinha entregou sua alma a Deus no trânsito incomparável que foi o seu. Maria Santíssima, tão agraciada por Deus, possui encantos mil e à semelhança do seu Filho Divino é tão rica que um coração humano não pode venerar de uma só vez todas as prerrogativas de que foi cumulada pela generosidade divina.

Há desta forma a possibilidade das mais variadas devoções da Virgem, há a possibilidade de cada qual venerá-la e amá-la sob o aspecto que mais o comove, que mais o inflama.

(Extraído do Livro “O Pensamento Franciscano”, Editora Vozes)

A primeira dos remidos

René Laurentin, Revista 30 Giorni

Em 8 de dezembro de 1854, Pio IX (então no 8º ano de um pontificado que duraria quase 32 anos) definiu o dogma da Imaculada Conceição, depois da mais longa e grave controvérsia que já dilacerou a Igreja. Mais de seis séculos antes, São Bernardo, ainda que tão maravilhado com Maria, repreendeu asperamente ao venerável Capítulo dos cônegos de Lyon, Diocese Primazial, pela adoção da festa da Conceição, vinda do Oriente, na medida em que era estranha à fé e à Tradição. Os grandes doutores da Idade Média ficaram desconfiados ou contrariados diante desse mistério. Todos, até Duns Scotus (morto em 1308, com 42 anos), que ousou reagir, no final do século XIII, mas sem chegar a dizer: o pecado original não a tocou. Afinal, se o tivesse afirmado, teria sido condenado pela Sorbonne.

Scotus não afirmou a concepção imaculada de Maria e limitou-se a estabelecer que: 1. Deus podia fazê-lo; 2. era oportuno. Mas não ousou acrescentar: Ele o fez.

A solução genial de Scotus

Por que, então, Duns Scotus é considerado o doutor da Imaculada Conceição? Por motivos muito válidos. Esse teólogo genial, depois de ter escrito uma obra imensa, teve a prudência de evitar a condenação e ao mesmo tempo a inteligência de renovar a problemática.

Seu papel foi decisivo, pois virou de ponta-cabeça a objeção maior que parecia proibir essa doutrina. Segundo o Evangelho e a Tradição já mais que milenar, Cristo é o Redentor de todos. Se Maria é isenta do pecado original, a nova Eva não foi resgatada, e Ele não é mais o Redentor universal. Essa exceção seria um atentado ao dogma fundamental da Redenção.

Scotus partiu novamente da própria objeção: sim, Cristo é o Redentor perfeito. Ora, a perfeição de sua Redenção exige que seja capaz não apenas de lavar o pecado, mas de preveni-lo. A própria perfeição de sua Redenção requer essa capacidade suprema (uma mãe que consola e lava seu filho que levou um tombo é uma boa mãe; mas a mãe que controla seu filho, para que não leve o tombo é uma mãe melhor ainda). Cristo tinha de preservar Maria do pecado para que nada contaminasse a Encarnação. Deus, segundo uma lei geral inscrita na Escritura e na Tradição, põe a perfeição no princípio de todas as suas obras: criação ou re-criação.

O mérito de Scotus é também ter encontrado a palavra-chave que os pregadores do sesquicentenário precisam esculpir na cabeça. Um dia, o cardeal Maurice Feltin (1883-1975), arcebispo de Paris, pregando na gruta de Lourdes, não lembrava essa palavra-chave, e uma outra palavra aflorou em seus lábios: Maria foi purificada. Se tivesse sido purificada, significaria que tinha contraído o pecado original. Ele percebia muito bem dentro de si que, um século depois da definição de Pio IX, isso não era exato, mas a palavra “preservada” não acorria a sua memória de setuagenário. Ele não se lembrava do vocábulo e corrigia como podia a expressão infeliz, multiplicando os epítetos: uma purificação maravilhosa, a mais bela, a mais radical. Lamentando, corrigia e recorrigia, sem conseguir seu objetivo. No entanto, há três séculos os papas acolheram a solução de Scotus: Alexandre VII (1661) e depois Pio IX (1854) adotaram o termo alcançado por Scotus, preservação.

Na definição dogmática, não se encontra a expressão abstrata “Imaculada Conceição”. Era preciso dizer mais e melhor. Leiamos uma vez mais as palavras essenciais que formulam o dogma da origem imaculada de Maria: “Desde o primeiro instante da concepção, por uma graça e um singular privilégio de Deus onipotente, em previsão dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada intacta de qualquer mancha de pecado original”.

Papa Pio IX definiu em primeiro lugar a verdade que havia sido a objeção determinante que impedira o dogma por dezenove séculos: Maria é resgatada por Jesus Cristo. Mas, ao mesmo tempo, definiu que sua redenção não é de modo algum purificação, mas, sim, preservação, em previsão dos méritos do Salvador de todos. Esses dois prefixos indicam a exceção preventiva de Jesus para sua mãe e integram à definição a verdade fundamental, professada desde sempre pela fé. Assim, abolia-se, desde a época de Alexandre VII, o decreto do Santo Ofício que inseria no índice todos os autores que dessem a Maria o título de “Imaculada Conceição” e, às vezes, chegava a mandar encarcerá-los, como aconteceu a Hipólito Maracci (1604-1675), em meados do século XVII.

O problema ecumênico

Esse dogma não foi aceito pelos “irmãos separados”. Diversos sínodos ortodoxos o condenaram. É estranho, pois o dogma nos vem deles. Desde os séculos VII e VIII, introduziram a festa da Concepção de Maria e celebravam essa Concepção com a grande abundância de epítetos disponíveis na língua grega: Concepção santa, pura, imaculada…

Foram necessários quatro ou cinco séculos antes que a evidência, vislumbrada por Santo Agostinho, conseguisse repelir a objeção maior que a havia privado de uma fórmula clara no início do século V. Santo Agostinho escrevia que não queria que houvesse pecado pelo meio, quando se tratava de Maria. “Nós não entregamos Maria ao diabo pela condição do nascimento, pois essa mesma condição é resolvida pela graça do renascimento” (Contra Iulianum opus imperfectum IV, 122; Patrologia Latina 45, 417). Agostinho afirmava, portanto, a redenção de Maria, livrava-a do pecado e do diabo, mas sem explicar como (por preservação e previsão). Sua importante declaração continuava ambígua: “maculistas” e “imaculistas” aproveitaram-se disso por séculos.

Por uma estranha reviravolta histórica, do século XI ao século XIX os ortodoxos se revoltaram com essa verdade que eles mesmos nos haviam transmitido, à medida em que nosso Ocidente, no início contrário, se dispunha simetricamente no outro sentido. Ainda hoje a discussão é muitas vezes mais difícil com os ortodoxos do que com os protestantes. Os ortodoxos levantam muitas objeções: Maria se afasta de nós, diminui o seu mérito, etc. Em nome de seus princípios, os protestantes são contrários, sim, ao dogma, mas o diálogo frequentemente é mais fácil, quando se parte de seu próprio princípio, dizendo: é a mais notável ilustração do “somente a graça” (mote de Lutero).

A Revelação bíblica

A objeção comum dos ortodoxos e dos protestantes é que esse dogma (como a Assunção) não é revelado na Bíblia. Nossa resposta está contida na primeira palavra da Anunciação (Lc 1,28): “Alegra-te, cheia de graça” (em grego: kécharitôménê).

É uma palavra muito forte, é o nome de graça de Maria. Expressa a plenitude de amor de Deus por ela. Mas isso fica muito implícito e os santos doutores do século XIII, além de alguns dominicanos do Santo Ofício, até 1854 se mantiveram contrários.

Gastei anos para me dar conta de que essa verdade estava luminosamente inscrita na Revelação, quando se lê a Bíblia segundo a sua progressão, frequentemente mais significativa do que suas afirmações explícitas.

A revelação dessa verdade é indicada pela primeira vez no capítulo 2 do profeta Oséias (portanto, desde o século VIII a.C.). É uma terrível acusação de Yahweh contra seu povo – sua “esposa adúltera” (2,4), “que se prostituiu” (1,2; 2,5; 3,3; cf. cap. 2, 4, 6) – por seu culto aos falsos deuses (aos quais Salomão chegara a construir templos, para uso de suas esposas idólatras). Mas, depois das imprecações por seu amor ferido, Yahweh, Esposo fiel, promete recomeçar tudo do princípio: “Por isso, eis que vou, eu mesmo, seduzi-la, conduzi-la ao deserto [o lugar da Aliança] e falar-lhe ao coração” (2,16). “Eu te desposarei a mim para sempre, eu te desposarei a mim na justiça e no direito […], eu te desposarei a mim na fidelidade” (2,21.22).

Deus, Esposo cheio de paixão por seu povo – a filha de Sião, essa menina perdida que ele havia aco¬lhido quando jazia no próprio sangue, que havia adotado e depois desposado na idade de seu esplendor (Ez 16) -, esquece os pecados do povo, segundo a maravi¬lhosa capacidade de oblívio própria da misericórdia infinita de Deus celebrada na Bíblia.

O Cântico dos Cânticos revela seu sentido, se relido segundo a tradição bíblica, ou seja, identificando o Esposo com Yahweh e a mulher com um povo, uma cidade: “Teu pescoço é a torre de Davi…” (Ct 4,4; cf. 7,5). E a noiva, filha de Sião, diz: “Eu sou muralha [os bastiões de Jerusalém] e meus seios são torres” (8,10 etc.). E, para concluir, Deus diz à sua noiva: “És toda bela, minha amada, e não tens um só defeito” (Ct 4,7; cf. 1,15.16; 4,1; 5,9; capítulo 6).

A prostituição denunciada por Oséias não existe mais no Cântico dos Cânticos: são apenas sonhos (pesadelos da belíssima esposa); é por isso que se repete: “Não desperteis, não acordeis o amor, até que ele o queira” (Ct 2,7; 3,5; 8,4).

Essa afirmação não está apenas implícita, é clara; mas continua a ser virtual, se não se sabe pôr o conjunto dos textos bíblicos em sua progressão de Eva a Maria, última herdeira e realização do povo eleito: esposa de Yahweh.

Onde, quando e como a prostituta pode se tornar noiva sem mancha? Em Maria, mãe do Se-nhor, cheia do amor de Deus: um amor preventivo, gratuito e pleno, significado da palavra grega intraduzível kecharitôménê: palavra forte formada pela raiz cháris (graça), que o anjo logo explica: “Encontraste graça junto de Deus” (Lc 1,30).

Assim, Maria foi levada ao ápice da graça e do amor que lhe permitiu fazer nascer o Salvador na raça e na história humanas, ao ápice do povo de Deus. Não apenas o concebeu e deu à luz como homem, mas, graças à sua adesão perfeita a Deus que se fez seu filho por meio unicamente dela, ela foi também o primeiro membro do Corpo místico que ela mesma criava. Membro fundador da Igreja, era sozinha toda a Igreja pela graça do Espírito Santo (cf. Lc 1,35), que a visita à sua prima Isabel estava por estender ao filho desta, João Batista, e depois ao pai, Zacarias: todos os três cheios de Espírito Santo, segundo Lucas 1,42.67.

“Mais jovem que o pecado”

Maria, assim, não apenas é o único membro fundador da Igreja, mas é o único membro isento de qualquer pecado, pois todos os outros membros são pecadores: “O justo peca sete vezes por dia”, segundo o adágio. A santa Igreja é feita de pecadores, e em cada um deles o amor faz retroceder o pecado com a graça de Deus. A fronteira do pecado atravessa nossos corações. Só Maria não atolou nessa mistura: ela é isenta “de qualquer mancha de pecado”, define claramente Pio IX. Isenta daquele desequilíbrio de desejos que a Tradição cristã chama concupiscência.

Assim, ela é o início da “nova criação” prometida pelos profetas: “Mais jovem que o pecado, mais jovem que a raça da qual nasceu”, dizia poeticamente Bernanos. Maria é “a nova Eva”, dizem os Padres da Igreja.

Há anos exponho essa radiografia da Bíblia, mas, por mais que seja pertinente e esclarecedora, não encontro nenhum eco; a exegese e a teologia muitas vezes são míopes demais. Insistem mais em nos dizer o que a Bíblia hauriu da tradição cultural pagã (e é verdade que hauriu), mas sem fazer ver como a inspiração do Espírito Santo purificou progressivamente, realizou, transcendeu a melhor dessas nobres tradições culturais, das quais se serviu para fazer o mel da Revelação Bíblica.

Ver Maria com os olhos de Deus Já posso compartilhar uma grande surpresa minha: existe um forte conflito entre os cientistas profanos e aqueles que exploram a Revelação divina com o mesmo espírito científico.

Os primeiros buscam sempre penetrar mais a fundo os incríveis e fascinantes mistérios do cosmo, que fazem explodir os conceitos humanos (relatividade; princípio de indeterminação; o mundo infinitesimal, que cria seu espaço sem estar em nenhum espaço que o contenha, etc.). Nós nos maravilhamos com eles, sem entender de maneira adequada esse conjunto vertiginoso do cosmo no qual estamos mergulhados. Os segundos, embebidos do princípio científico segundo o qual tudo deve ser explicado a partir da base e somente a partir da base, tentam reduzir a Revelação bíblica a seus condicionamentos culturais pagãos, sem ver como a Escritura inspirada os transcende progressivamente, não tanto com conceitos racionais quanto, muito mais, com símbolos poéticos, por meio dos quais se realiza a Revelação, tecida mais de símbolos que de abstrações.

Pode-se realmente ser teólogo sem a força de penetração intuitiva e poética da qual era ainda testemunha a grande geração dos poetas, Péguy, Claudel e Bernanos?

Há mais de meio século estudo Deus e a Virgem Maria, sem nunca separá-los nem dissociá-los, e vou de maravilha em maravilha: pois a coerência, a verdade, a luz supra-racional desse mistério supremo, parte integrante da Encarnação e da Redenção, se concentram assim na pequena frase que é a conclusão, a finalidade e a realização plena de toda a Revelação: “Deus é amor”. Nada mais é senão amor, nada criou senão por amor e superabundância.

Quanto a Maria, ela é a primeira no amor, pois é a mais amada por Deus e ao mesmo tempo aquela que mais o amou em troca, à imagem de seu Filho, que recebe tudo do Pai e lhe restitui tudo num eterno e desconcertante reconhecimento.

Assim, essa pequeníssima criatura, essa menininha da cidade e da província mais periférica, mais desprezada, Nazaré da Galiléia (cf. Jo 1,46), esse pequeno animal racional tão inferior aos anjos por inteligência e força natural, é posta acima dos anjos: Rainha dos anjos, a primeira em absoluto das criaturas. Rainha dos anjos, essa menininha! Pois só o amor conta. Ela podia dizer ainda melhor do que Teresa de Lisieux, à entrada da grande consagração: “Serei o Amor”; e podia dizer ainda melhor do que Yvonne-Aimée de Malestroit (mística francesa, 1901-1951), quando chegou ao ápice de sua união mística com Deus: “O meu Amor é a própria essência do infinito” (de tanto que se sentia identificada com o próprio Amor, que é Deus em três Pessoas).

Nessa realização, Maria continuou a ser a mais humilde das criaturas “e a maior, pois é também a menor”, explicava Péguy em suas páginas. Ela dizia já em sua maravilhosa ação de graças: “Deus […] olhou para a humilhação de sua serva. […] O Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. […] Depôs poderosos de seus tronos, e a humildes exaltou”, todos os humildes, dos quais Maria é a mais transparente evidência. Assim, é a mais bela das criaturas: todos aqueles que a viram ficaram maravilhados. “Tão bela que se gostaria de morrer por revê-la”, dizia Bernadete. Uma outra vidente lhe perguntou: “Como a senhora pode ser tão bela?”. Ela respondeu com duas palavras: “Porque amo”.
Como todas as mães, gostaria que nós fôssemos belos como ela, mais belos, se possível, pelo mesmo Amor: o amor divino, tão diferente do que os homens denominam com essa palavra. Pois “te amo” muitas vezes significa: “Quero ter-te, possuir-te, dominar-te”, como demonstram os violentadores assassinos, a propósito dos quais a imprensa francesa é inesgotável. Mas “te amo”, segundo Deus e segundo a verdade humana, significa: “Quero o teu bem e a tua felicidade, farei tudo para servir-te. Darei a minha vida por ti”. É o que quase todos os pais saber fazer por seus filhos.

Assim é o amor de Deus, que pôs sua imagem mais natural na família. Nada mais é senão dom. As três Pessoas divinas nada mais são senão dom total, umas às outras, sem sombra de egoísmo, de narcisismo, de individualismo.

As Pessoas divinas, essas pessoas supremas, nosso modelo, não são indivíduos, diz Tomás de Aquino; nada mais são senão altruísmo. Suas vidas é seu dom mútuo, que constitui sua plenitude infinita. Nós somos todos chamados a entrar nessa plenitude que é o verdadeiro nome da felicidade. Maria nos arrasta para dentro.

A imagem mais bela do Amor de Deus sobre a terra é o amor das mães por seus filhos, aos quais elas dão a vida como o Pai a dá ao Filho que está eternamente no seio do Pai (cf. Jo 1,18).
Tal como o amor delas nada mais é senão dom, o mesmo se dá com o amor de Maria por Jesus, o mesmo se dá com o amor dos pais que fazem tudo por seus filhos.

Maria gerou corporalmente apenas a Jesus. Todos os outros homens têm uma outra mãe. Somos, portanto, seus filhos adotivos. Isso não significa que nos ame menos. Os pais adotivos que conheço não amam seus filhos adotivos menos do que aqueles que tiveram juntos. É preciso, pelo contrário, dizer que os amam mais, pois as crianças desafortunadas que arrancaram da miséria e da infelicidade são muitas vezes feridas no corpo e na psique. É preciso dar a elas muito mais amor para curar suas feridas. É assim que Maria faz conosco.

À imagem do Pai celeste, que experimenta mais alegria por um pecador que se converte do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão (cf. Lc 15,7), ela não nos ama menos do que a seu Filho Jesus, e nós lhe custamos mais amor e mais sofrimentos. Deve amar-nos mais para nos arrancar do pecado, pois nós recalcitramos.

Sua origem imaculada não a afasta de nós, como alguns objetam. Pelo contrário. Pois não se entende o pecado por meio do pecado, mas por meio do amor. Todo egoísmo diminui em nós o amor e põe os pecadores uns contra os outros. Para que Maria seja verdadeira mãe de Deus e mãe dos homens, Deus dilatou seu coração na medida do Seu, sem medidas. Não poderemos compreender adequadamente o esplendor desse amor provado pelas dores de sua compaixão a não ser em Deus mesmo, quando estivermos lá, nós também identificados, na revelação final.

Não poderemos entender o amor vertiginoso de Maria, à prova na compaixão, a não ser com o olhar e o Amor de Deus, além deste mundo.

Iconografia de Nossa Senhora

A iconografia de Nossa Senhora varia de acordo com as fases da sua vida:

Imaculada Conceição ou Nossa Senhora da Conceição – a virgem ainda jovem com as mãos junto ao peito, os anjos, a serpente e a meia lua. Conforme a época e o lugar, Aparecida, Lujan e Fátima.

Nossa Senhora da Expectação ou Nossa Senhora do Ó – aguardando a vinda do Salvador.

Nossa Senhora com o Menino – abrange a maioria das invocações. As mais antigas mostram Nossa Senhora sentada, tendo no seu colo o Menino Jesus e nas mais novas, Nossa Senhora está em pé, com o Menino geralmente no seu braço esquerdo.

Conforme os atributos que a Virgem e o Menino trazem em suas mãos, varia a devoção: Nossa Senhora do Rosário, do Carmo, do Desterro, da Luz, da Purificação, da Glória, da Ajuda, do Bom Sucesso, da Fartura, da Guia, da Graça, da Escada, das Brotas, da Penha, da Boa Viagem, dos Navegantes, da Abadia, do Amparo, da Cabeça, da Ponte etc.

Nossa Senhora das Dores e da Piedade – são as imagens ligadas à Paixão de Cristo. As Dolorosas têm as mãos sobre o peito e o coração dilacerado por setas, e as Piedades sustentam o corpo de Cristo sobre o colo.

As Alegrias de Nossa Senhora – As alegrias de Nossa Senhora são em número de sete: Anunciação do Anjo, Saudação de Santa Izabel, Nascimento de Jesus, Visita dos Reis Magos, Encontro de Jesus no Templo, Aparição de Jesus após a Ressurreição e Coroação no Céu após a Sua Assunção.

A devoção de Nossa Senhora dos Prazeres foi muito intensa nos primeiros tempos de São Paulo.

Sua representação, muito comum no século XVII, mostra Nossa Senhora sorrindo, afagando os pés de seu Filho, e todos os Anjos, colocados na base, também sorridentes.

Texto extraído do Almanaque Santo Antônio, Editora Vozes.

Rosário da Virgem Maria

I – Os Mistérios da Alegria (segunda-feira e sábado)

1º – Anunciação do nascimento de Jesus (Lc 1, 26-38)

O Ideal: Deixar Deus-Amor se encarnar em mim mediante a Palavra de Vida

1 – O anjo Gabriel foi enviado por Deus à Virgem Maria e a saudou: “Ave (Alegra-te).”
2 – “Cheia de graça”.
3 – O Senhor é contigo!”
4 – Ela ficou muito confusa e começou a pensar qual seria o significado da saudação.
5 – Não tenhas medo, Maria. Encontraste graça junto a Deus”.
6 – Conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande; será chamado Filho do Altíssimo… e o seu reino não terá fim”.
7 – Como acontecerá isto, já que eu não convivo com um homem?”
8 – “O Espírito Santo descerá sobre ti e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra.”
9 – “Por isso, aquele que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus.”
10 – “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra”.

2º -A Visita de Maria a Isabel (Lc 1, 39-56)

A caridade: o amor contém tudo; procurar ser perfeito no amor “fazendo-nos um”.

1 – Maria partiu apressadamente para a região montanhosa, dirigindo-se a uma cidade de Judá.
2 – Ela entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel.
3 – Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou de alegria em seu ventre.
4 – E Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com voz forte, ela exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres.
5 – e bendito é o fruto do teu ventre!”
6 – “Como mereço que a mãe do meu Senhor venha me visitar?”
7 – “Logo que a tua saudação ressoou nos meus ouvidos, o menino pulou de alegria no meu ventre.
8 – “Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!”
9 – Maria: “A minha alma engrandece o Senhor e meu espírito se alegra em Deus meu Salvador.
10 – Maria ficou três meses com Isabel. Depois voltou para sua casa.

3º – O Nascimento de Jesus (Lc 2,1-20; Mt 2, 1-18)

Fazer Jesus ressuscitado nascer em nosso meio e levá-lo a toda parte.

1 – O decreto do imperador Augusto. Também José subiu de Nazaré, na Galileia, à cidade de Belém, na Judéia, para registrar-se com Maria, sua esposa grávida.
2 – Chegou o tempo do parto. Ela deu à luz seu filho primogênito.
3 – Envolveu-o em faixas e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.
4 – Havia naquela região pastores. Um anjo do Senhor lhes apareceu e lhes disse: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que será também de todo o povo: Hoje…nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor!”
5 – De repente, juntou-se ao anjo uma multidão do exército celeste cantando a Deus: “Glória a Deus no mais alto dos céus, e na terra, paz aos que são do seu agrado!”
6 – Os pastores disseram uns aos outros: “Vamos à Belém!” Foram, pois, às pressas e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura.
7 – Todos os que ouviram os pastores ficavam admirados. Maria guardava todas estas coisas,
8 – A visita dos Magos: “Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo!”
9 – Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe.
10 – No oitavo dia, quando o menino devia ser circuncidado, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido no ventre da mãe.

4º – A Apresentação de Jesus no Templo (Lc 2, 21-40)

Ir contracorrente e ser como Jesus sinal de contradição, recordando todas as virtudes.

1 – Quando se completaram os dias para a purificação, levaram o menino a Jerusalém, para apresentá-lo ao Senhor.
2 – Ofereceram um par de rolas ou dois pombinhos, a oferta dos pobres.
3 – O velho Simeão, movido pelo Espírito Santo, veio ao Templo, tomou o menino nos braços e louvou a Deus:
4 – Agora, Senhor, segundo a tua promessa, deixas teu servo ir em paz.
5 – Porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos:
6 – Luz para iluminar as nações e glória de Israel, teu povo.”
7 – Simeão disse a Maria: “Este menino será causa de queda e reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição.
8 – E a ti, uma espada traspassará tua alma!
9 – Seu pai e sua mãe estavam admirados das coisas que dele se diziam.
10 – A velha viúva Ana se pôs a louvar a Deus e falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.

5º – A Perda de Jesus no Templo (Lc 2, 41-52)

No momento presente perder tudo, como a Desolada, para ser outro Jesus.

1 – Quando Jesus completou 12 anos, seus pais foram para a festa da Páscoa, como de costume.
2 – Terminados os dias de festa, enquanto eles voltavam, Jesus ficou, sem que seus pais percebessem.
3 – Pensando que se encontrasse na caravana, caminharam um dia inteiro. Começaram então procurá-lo entre os parentes e conhecidos e voltaram a Jerusalém.
4 – Depois de três dias, o encontraram no templo, sentado entre os mestres, ouvindo-os e lhes fazendo perguntas.
5 – Todos aqueles que ouviam o menino ficavam maravilhados com sua inteligência.
6 – Quando o viram, seus pais ficavam comovidos, e sua mãe lhe disse: “Filho, porque agiste assim conosco? Olha, teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura!”
7 – Ele respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devo estar naquilo que é de meu pai?” Eles, porém, não compreenderam a palavra que lhes falou.
8 – Jesus desceu, então, com seus pais para Nazaré e era obediente a eles.
9 – Sua mãe guardava todas estas coisas no coração.
10 – E Jesus ia crescendo em sabedoria, tamanho e graça diante de Deus e dos homens.

II Os Mistérios da Dor (terça e sexta-feira)

1º – A Agonia Mortal de Jesus no Horto das Oliveiras e prisão de Jesus. (Mt 26, 36-62)

Entregar-se à vontade do Pai do momento presente.

1 – Jesus levou Pedro e os dois filhos de Zebedeu consigo e começou a ficar triste e angustiado.
2 – “Estou numa tristeza mortal! Ficai e vigiai comigo!”
3 – Jesus se afastou um pouco, caiu com o rosto por terra e orou: “Meu Pai, se é possível, que este cálice passe de mim. Contudo, não seja feito minha , mas tua vontade!”
4 – “Vigiai e orai, para não cairdes em tentação; pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca”.
5 – Jesus encontra seus discípulos três vezes dormindo e os adverte: “Não fostes capazes de vigiar uma só hora comigo?”
6 – “Meu Pai, se é possível, afaste de mim este cálice. Não seja, porém, feita a minha, mas a Tua vontade!”.
7 – Colocava a sua causa nas mão daquele que julga com justiça. (1Pd 2,23).
8 – Humilhou-se, fazendo-se obediente até a morte – e morte de cruz. (Fl 2,8).
9 – Chegou a hora! O Filho do Homem está sendo entregue aos pecadores. Levantai-vos vamos! Jesus disse a Judas: “Amigo, para que vieste?”

2º – A Flagelação de Jesus (Mt 26,65-75; 27,1-26; Is 50; 52; 53; 1Pd 2,24)

As dores físicas: doenças, cansaços unir tudo à paixão de Jesus renovada na Missa.

1 – Os sumos sacerdotes e o sinédrio o condenam, batem em Jesus.
2 – Os sumos sacerdotes e anciãos do povo o amarram, levam-no e entregam-no a Pilatos.
3 – Os guardas o recebem a tapas.
4 – Jesus é açoitado antes da crucificação.
5 – “Apresentei as costas aos que me queriam bater, ofereci o queixo aos me queriam arrancar a barba”.
6 – Ele já não parecia gente, tanto havia perdido a aparência humana.
7 – Não agradava à vista nem tinha beleza que pudesse atrair o nosso olhar.
8 – Homem do sofrimento, experimentado na dor.
9 – Ferido de morte pelas rebeldias do meu povo.
10 – Por suas feridas fostes curados.

3º – A Coroação de Espinhos (Mt 27,27-31; Is 53,7; Fl 2,7)

As dores espirituais: unir às dores de Jesus a escuridão, as provações da mente e da alma todos os esforços para fazer-nos um com os outros.

1 – Os soldados do governador tiraram-lhe a roupa e o vestiram com um manto vermelho
2 – Trançaram uma coroa de espinhos, puseram-na em sua cabeça e uma vara em sua mão.
3 – Ajoelharam-se diante de Jesus e zombavam dizendo: “Salve rei dos judeus!”
4 – Cuspiram nele e, pegando a vara , bateram-lhe na cabeça.
5 – Era o mais desprezado e abandonado de todos.
6 – Herodes com seus soldados o tratam com desprezo. Jesus não responde nada.
7 – Ecce Homo!
8 – Injuriado não retribuía injúrias; atormentado, não ameaçava.
9 – Oprimido, ele se rebaixou, nem abriu a boca.
10 – Despojou-se, assumindo a forma de escravo.

4º – Jesus, condenado, sobe ao Calvário (Mt 16,24; 27,31; 1Pd 2,24; Is 53,4)

Aceitar nossa morte, quando,como, onde ele quer. Morrer a nós mesmos no momento presente.

1 – Jesus é condenado à morte. O levaram para crucificar. Carregando a sua cruz, ele saiu para o lugar chamado Calvário (em hebraico: Gólgota).
2 – Obrigaram a Simão de Cirene a carregar a cruz de Jesus.
3 – Carregou nossos pecados em seu próprio corpo, sobre a cruz.
4 – “Mulheres de Jerusalém não choreis por mim, chorai por vós mesmas e por vossos filhos!”.
5 – Levaram também dois malfeitores para serem executados com ele e crucificaram um de cada lado.
6 – Repartiram suas vestes, tirando a sorte sobre a túnica.
7 – Pilatos mandou escrever um letreiro sobre a cruz com os dizeres: “Jesus de Nazaré, o rei dos Judeus”.
8 – Eram na verdade nossos sofrimentos que Ele carregava.
9 – “Quem quiser ser meu discípulo, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me!” (Mt.16,24).
10 – Nós nos gloriamos na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo”.

5º – Jesus morre na Cruz (Mt 27, 45-54; Mc 15, 34; Lc 23, 34-46; Jo 19, 25-30)

Jesus Abandonado: renovar nossa consagração a Ele e a escolha de amá-Lo sempre, logo e com alegria.

1 – Jesus é pregado na cruz, insultado e caçoado. Uma escuridão cobriu toda a terra.
2 – “Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que estão fazendo”.
3 – “Em verdade te digo, ainda hoje estarás comigo no paraíso!”
4 – “Tenho sede!”
5 – “Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonaste?”
6 – “Eis o teu filho!” – “Eis a tua mãe!”
7 – “Pai, em tuas mãos entrego meu espírito!”
8 – “Está tudo consumado!”
9 – “Um soldado golpeou-lhe o lado com uma lança, e imediatamente saiu sangue e água”.
10 – O centurião: “Este era verdadeiramente o Filho de Deus!”

 

III Os Mistérios da Glória (quarta-feira e domingo)

1º – A Ressurreição de Jesus: (Mt 28, Lc 24; Jo 20; 21)

Viver o Ressuscitado: apesar de tudo, recomeçar sempre, ressurgir sempre, amando Jesus Abandonado.

1 – Ao raiar do 1º dia da semana…houve um grande terremoto. O anjo do Senhor desceu do céu, removeu a pedra e sentou-se nela.
2 – O anjo falou às mulheres: “Não deveis ter medo! Sei que procurais Jesus que foi crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito!”
3 – “Não era necessário que Cristo sofresse tudo isso para entrar em sua glória?”
4 – “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando.”
5 – “Não estava ardendo o nosso coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as escrituras?”
6 – “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão”.
7 – “Eu sou a Ressurreição e a vida!”.
8 – “A paz esteja convosco!” – “Como o Pai me enviou, Eu vos envio!”
9 – “Meu Senhor e meu Deus!” – “Felizes os que crêem, sem ter visto”.
10 – “Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto”(Cl 3, 1).

2º – Ascensão de Jesus ao Céu (Mt 28, 18; Lc 24, 51; Jo 20, 17; At 1)

“Quem não progride regride”. Hoje melhor que ontem!

1 – “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra”.
2 – “Ide, ensinai a todas as nações, batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
3 – “Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi”.
4 – “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo”.
5 – “Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.”
6 – “Vou preparar-lhes um lugar… a fim de que lá onde eu estou, vós estejais também”.
7 – “Sereis minhas testemunhas… até os confins do mundo” .
8 – Enquanto os abençoava separou-se deles e foi arrebatado ao Céu. Uma nuvem o ocultou aos seus olhos.
9 – Dois homens vestidos de branco disseram: “Homens da Galileia porque ficais aí olhando o céu? . . . esse Jesus. . . voltará. . .”
10 – Deus nos ressuscitou com Cristo e nos fez sentar nos Céus em virtude de nossa união com Jesus Cristo.

3º – A Descida do Espírito Santo (At 1; 2)

Escutar “aquela voz”: agradecer ao Espírito Santo pelo dom da unidade; oferecer ao Espírito Santo a nossa vida de oração e toda a nossa união com Deus.

1 – “Enviarei a vós o Espírito da verdade…
2 – Ele vos ensinará toda a verdade”
3 – Jesus entregou (na cruz) seu Espírito.
4 – No dia de Pentecostes, os apóstolos, junto com algumas mulheres,entre elas Maria, mãe de Jesus, perseveravam unanimemente na oração no Cenáculo.
5 – De repente veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso e encheu toda a casa onde estavam sentados.
6 – Apareceram-lhes uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e repousaram sobre cada um deles.
7 – Ficaram todos cheios do Espírito Santo…
8 – e falaram em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem (e que todos entendiam).
9 – “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles são perdoados”.
10 – “O amor de Cristo é derramado pelo Espírito Santo” (Rm.5,5).

4º – Assunção de Maria ao Céu (Lc 1; Ap 11; 12, 13, 14; Jd 15, 10)

Temos uma mãe no céu; Fazer um presente a Maria oferecendo-lhe o esforço cotidiano e nossa busca de santidade: Totus Tuus!

1 – O templo de Deus que está no Céu se abriu e apareceu no templo a arca da aliança.
2 – Apareceu no Céu um grande sinal…
3 – Uma mulher vestida como o sol…
4 – A lua debaixo dos pés…
5 – Sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas..
6 – “A minha alma engrandece o Senhor,
7 – E meu espírito exulta em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva.
8 – “Todas as gerações, de agora em diante me chamarão feliz..
9 – Porque o Todo-poderoso fez em mim coisas grandiosas”.
10 – “Tu es a glória de Jerusalém, a alegria de nosso povo”.

5º – A Coroação de Maria (Gn 3; Lc 1;2; 22,28.s; Est 7,3; 1Cor 2,9; Ap 19; 22; 23; 1Jo 3; Sl 23)

A Comunhão dos santos: tender à santidade também hoje. Para isso pedir Maria e a todos os irmã(o)s que estão no Paraíso.

1 – “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre tua descendência e a dela, Ela te esmagará a cabeça.”
2 – “Se encontrei graça a teus olhos, rei e se te agrada, concede-me a vida e a vida do meu povo”
3 – “Eu sou a mãe do belo amor e do temor,do conhecimento e da esperança”.
4 – “Passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos” e. “Vi um novo Céu e uma nova terra. Nunca mais haverá morte nem luto nem clamor e nem Dor.
5 – “Caríssimos, desde já somos filhos de Deus.Sabemos que, quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a Ele.”
6 – “Comereis e bebereis à minha mesa no meu reino e sentar-vos-eis em tronos, para julgar as doze tribos de Israel”.
7 – “O que Deus preparou para os que o amam é algo que os olhos jamais viram, nem os ouvidos ouviram, nem coração algum pressentiu”.
8 – “A multidão aclamava no Céu: “Aleluia! O Senhor, nosso Deus o Todo-poderoso passou a reinar..chegou o tempo das núpcias do Cordeiro”.
9 – “O Espírito e a Esposa dizem: “Vem!” Aquele que ouve também diga: “Vem!
10 – Quem tem sede venha, e quem quiser, receba de graça a água vivificante” – “Na casa do Senhor habitarei pelos tempos infinitos”.

IV Os Mistérios da Luz (quinta-feira)

1º – Jesus é batizado no rio Jordão- o Pai revela Jesus como o seu Filho (Mt 3, 13-17)

Nossa segunda Escolha de Deus – fazer-nos um com os pecadores, não, porém, com o pecado.

1 – Jesus desce à água na fila dos pecadores.
2 – Jesus como inocente se faz pecado por nós. (2 Cor 5, 21)
3 – João reluta em batizar Jesus, mas Jesus insiste para cumprir o plano do Pai.
4 – Jesus é batizado por João Batista.
5 – Jesus se põe em oração. (Lc 3, 21)
6 – O Céu se abre. Somos convidados a fazer parte da vida da Ssa.Trindade.
7 – O Pai proclama Jesus como seu Filho predileto.
8 – O Espírito Santo vem sobre Jesus em forma de pomba e o investe como Messias.
9 – Jesus batiza-nos com o Espírito Santo.
10 – Jesus é o Cordeiro que tira nossos pecados.

2º – Jesus se revela a si mesmo nas Bodas de Caná (Jo 2,1-11)

A festa da comunhão, introduzida por Maria: Jesus em nosso meio. Fazer da Igreja “casa e escola de Comunhão”!

1 – No 3º dia houve um casamento em Caná da Galileia e a mãe de Jesus estava lá.
2 – Também Jesus e seu discípulos foram convidados para o casamento.
3 – Faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho!”
4 – Jesus respondeu:”que é isso para mim e para ti; a minha hora ainda não chegou”.
5 – Sua mãe disse aos que serviam: “Fazei tudo, o que Ele vos disser!”
6 – Estavam aí seis talhas de pedra. Jesus disse: “Enchei as talhas de água!”.
7 – Eles encheram-nas até as bordas.
8 – Jesus disse: “Agora, tirai e levai ao encarregado da festa!” E eles as levaram.
9 – Este disse ao noivo: “Todo mundo serve primeiro o vinho bom.Tu guardaste o bom vinho até agora?”
10 – Este foi o início dos sinais.Jesus manifestou sua glória e seus discípulos creram nele”.

3º – Jesus anuncia o Reino de Deus e convida à conversão (Mt 3,17;5,1)

Onde dois ou mais… O Reino de Deus é a espiritualidade de Comunhão.

1 – “Completou-se o tempo, o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no evangelho!” (Mc 1,15)
2 – Jesus disse: “O Espírito do Senhor está sobre mim, para anunciar a Boa Nova aos pobres”. (Lc 4,17-21)
3 – “Felizes os pobres no espírito, porque deles é o Reino dos Céus”.
4 – “Eu sou a luz do mundo…Vós sois a luz do mundo”. (Jo 8,12; Mt 5,14)
5 – “Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e o resto vos será dado por acréscimo” (Mt 6,33).
6 – “Amarás o Senhor, teu Deus com todo o teu coração….e amarás o teu próximo como a ti mesmo”. (Mt 22,37-40).
7 – “Quem de vós quer ser o primeiro, seja o último e aquele que serve”. (Mt 20,27)
8 – “O Reino de Deus é como um semeador (Mt 13,3)…como uma rede… como um tesouro… (Mt 13,44), …como o grão de mostarda,..como o fermento…(Lc 13)”
9 – “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome Eu estarei no meio deles!” (Mt 18,20)
10 – “Se não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus”.(Mt 18,3)

4º – Jesus é transfigurado no Monte Tabor (Mt 17, 2)

A experiência mística da presença de Jesus em nosso meio: tudo se torna novo.

1 – Jesus levou Pedro, Tiago e João e os fez subir a um lugar retirado.
2 – Jesus foi transfigurado diante deles(a glória da Divindade reluz no rosto de Cristo).
3 – O rosto de Jesus brilhou como o sol. Sempre olhar para o rosto de Jesus.
4 – Suas roupas ficaram brancas como luz.
5 – Apareceram Moisés e Elias e conversaram com Jesus.
6 – Pedro disse: “Senhor, é bom ficarmos aqui!”
7 – Uma nuvem luminosa os envolvia.
8 – Da nuvem, uma voz dizia: “Este é meu Filho, o Eleito. Escutai-o!”
9 – Jesus tocou nos discípulos caídos por terra e disse: “Levantai-vos, não tenhais medo!”.
10 – “Não faleis a ninguém desta visão, até que o Filho do Homem tenha sido ressuscitado dos mortos”.

5º – Jesus institui a Eucaristia, Sacramento do Mistério Pascal (Mt 26,26; Jo 6; 13; 1Cor 11, 26)

A Eucaristia nos alimenta e nos une a Jesus Abandonado, chave da unidade com Deus e com os irmãos, e nos faz Corpo Místico de Cristo, Igreja.

1 – “Tendo amado os seus, amou-os até o fim”.
2 – Jesus lava os pés aos seus discípulos.
3 – “Dou-vos um Mandamento Novo: Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei!”
4 – “Tomai e comei! Isto é meu corpo, entregue por vós!”
5 – “Tomai e bebei! Este é meu o sangue derramado por vós!”
6 – “Fazei isto em memória de mim!”
7 – “Todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais morte de Cristo, até que Ele venha”.
8 – “Minha carne é verdadeira comida e meu sangue é verdadeira bebida”.
9 – “Eu sou a videira, vós sois os ramos… quem permanece em Mim e Eu nele, produz muitos frutos”.
10 – “Quem comer deste pão, viverá eternamente”.

Orações

1. Ato de veneração à Imaculada Conceição

Ó Maria, nossa Mãe,
hoje o povo de Deus em festa
venera-te Imaculada, desde sempre
preservada do contágio do pecado.
Acolhe a homenagem que te
oferecemos em nome da Igreja
que está em Roma e no mundo inteiro.
Saber que tu, que és nossa Mãe,
estás totalmente livre do pecado
dá-nos grande conforto.
Saber que sobre ti o mal não tem
poder, enche-nos de esperança
e de fortaleza na luta diária
que devemos fazer contra as ameaças
do maligno.
Mas nesta luta não estamos
sozinhos, não somos órfãos, porque
Jesus, antes de morrer na cruz, te deu a
nós como Mãe.
Portanto nós, apesar de sermos
pecadores, somos teus filhos,
filhos da Imaculada, chamados àquela
santidade que em ti resplandece por
graça de Deus desde o início.
Animados por esta esperança, nós hoje
invocamos a tua materna
proteção para nós, para as nossas
famílias, para esta Cidade,
para o mundo inteiro.
O poder do amor de Deus, que te
preservou do pecado original, pela tua
intercessão liberte a humanidade
de qualquer escravidão espiritual
e material, e faça vencer nos corações
e nos acontecimentos, o desígnio
de salvação de Deus.
Faz com que também em nós, teus
filhos, a graça prevaleça sobre o
orgulho e possamos tornar-nos
misericordiosos como é misericordioso
o nosso Pai celeste.
Neste tempo que nos conduz à festa
do Natal de Jesus, ensina-nos a ir
contracorrente: a despojar-nos, a
abaixar-nos, a doarmo-nos, a ouvir,
a fazer silêncio, a descentralizar-nos de
nós mesmos, para dar espaço à beleza
de Deus, fonte da verdadeira alegria.
Ó Mãe nossa Imaculada, intercede por nós!

Papa Francisco

 

2. Mãe Imaculada

Maria, nossa Mãe Imaculada,
no dia de tua festa venho a Ti,
e não venho sozinho:
Trago comigo todos aqueles que o teu filho me confiou,
nesta cidade de Roma e em todo o mundo,
para que Tu os abençoe e os salve dos perigos.
Trago a Ti, Mãe, as crianças,
especialmente aquelas sozinhas, abandonadas,
e que por isso são enganadas e exploradas.
Trago a Ti, Mãe, as famílias,
que levam em frente a vida e a sociedade,
com seu compromisso diário e escondido;
especialmente as famílias que têm mais dificuldades,
por tantos problemas internos e externos.
Trago a Ti, Mãe, todos os trabalhadores, homens e mulheres,
e confio a ti especialmente quem, por necessidade,
se esforça em realizar um trabalho digno
e aqueles que perderam o trabalho ou não conseguem encontrá-lo.
Temos necessidade de teu olhar imaculado,
para reencontrar a capacidade de olhar para as pessoas e as coisas
com respeito e reconhecimento,
sem interesses egoístas ou hipocrisia.
Temos necessidade de teu coração imaculado,
para amar de maneira gratuita,
sem segundas intenções, mas buscando o bem do outro,
com simplicidade e sinceridade, renunciando às máscaras e truques.
Temos necessidade de tuas mãos imaculadas,
para acariciar com ternura,
para tocar a carne de Jesus
nos irmãos pobres, doentes, desprezados,
para levantar aqueles que caíram e sustentar quem vacila.
Temos necessidade de teus pés imaculados,
para ir de encontro àqueles que não podem dar o seu primeiro passo,
para caminhar nos caminhos de quem está perdido,
para ir e encontrar as pessoas sozinhas
Nós te agradecemos, ó Mãe, porque mostrando-se a nós
livre de qualquer mancha de pecado, Tu nos recordas que antes de tudo existe a graça de Deus,
existe o amor de Jesus Cristo que deu a vida por nós, existe a força do Espírito Santo que tudo renova.
Faz que não cedamos ao desencorajamento, mas, confiando na tua constante ajuda, nos empenhemos a fundo para renovar nós mesmos, esta Cidade e o mundo inteiro.
Reza por nós, Santa Mãe de Deus”.

Papa Francisco

 

3. Saudação à Mãe de Deus

Salve, ó Senhora santa, Rainha santíssima,
Mãe de Deus, ó Maria, que sois Virgem feita igreja,
eleita pelo santíssimo Pai celestial,
que vos consagrou por seu santíssimo
e dileto Filho e o Espírito Santo Paráclito!
Em vós residiu e reside toda a plenitude
da graça e todo o bem!
Salve, ó palácio do Senhor! Salve,
ó tabernáculo do Senhor!
Salve, ó morada do Senhor!
Salve, ó manto do Senhor!
Salve, ó serva do Senhor!
Salve, ó Mãe do Senhor,
e salve vós todas, ó santas virtudes
derramadas, pela graça e iluminação
do Espírito Santo,
nos corações dos fiéis
transformando-os de infiéis
em servos fiéis de Deus!

 

4. Oração a Nossa Senhora

1 – Ó Senhora, Mãe do belo amor e da santa esperança,
instruí-nos na prática das boas obras.
2 – Ao vosso patrocínio recorremos, não desprezeis
as nossas súplicas e amparai-nos em perigos.
3 – Afastai-nos, ó mãe, de todo contágio do mal,
para que irradiemos a vossa pureza.
4 – Sejamos generosos na doação e fervorosos na oração.
Rogai por nós, santa Mãe de Deus.

5. Saudação à Virgem

Ó Maria, Virgem Santíssima,
não há outra semelhante,
nascida neste mundo,
entre as mulheres;
filha e serva do Rei altíssimo,
o Pai celeste; mãe de Jesus Cristo Nosso Senhor;
esposa do Espírito Santo.

6. Salve Regina

Salve Regina, Mater misericordiae,
vita, dulcedo et spes nostra, salve.
Ad te clamamus, exsules, filii Hevae.
Ad te suspiramus, gementes et flentes,
in hac lacrimarum valle.
Eia ergo, advocata nostra,
illos tuos misericordes óculos ad nos converte.
Et Jesum, benedictum fructum ventris tui,
nobis post hoc exsilium ostende.
O clemens, o pia, o dulcis Virgo Maria.

 

7. Oração da Noite

Já chegou ao fim do dia,
a noite à terra desce;
nos passos de Maria
a alma humana cresce.
Senhora, Mãe do Céu,
salvai-nos da desgraça.
Os sonhos vãos se apagam
à luz de vossa graça.
Ao vir o fim do dia,
eis-nos já preparados:
no mesmo amor unidos,
a mesma graça ornados.
Estes vossos filhos
de Cristo os irmãos,
que tanto vos amam,
por serem cristãos.
Ó Rainha dos Santos,
guiai-nos pela mão,
para que nesta noite
nos venha a Salvação.
Felizes repousemos
do cansaço e da dor;
e amanhã levantemos
com renovado amor.

 

8. Magnificat

Minha alma glorifica ao Senhor
e meu espírito exulta de alegria
em Deus, meu Salvador,
porque Ele fixou os olhos na
humildade de sua serva.
De hoje em diante todas as
gerações me chamarão de
bem-aventurada,
porque grandes coisas fez em
mim o Todo-Poderoso.
Santo é seu nome.
E sua misericórdia se estende
de geração em geração sobre
todos os que o temem.
Manifestou o poder de seu
braço e dissipou
os soberbos de coração.
Derrubou do trono os
Poderosos, e elevou os humildes
Encheu de bens os famintos
e despediu de mãos vazias os ricos.
Trouxe a salvação a Israel
Seu servo lembrado de sua misericórdia.
Assim como prometera a nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência para sempre!

Especial Imaculada Conceição

Confira o Especial com artigos de Frei Clarêncio Neotti sobre o dogma da Imaculada Conceição